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18 de abril de 2024Representantes dos quatro países do Mercosul debateram hoje a
proposta do governo uruguaio de acelerar o processo de entrada da
Venezuela como sócio pleno do bloco do Cone Sul.
No entanto, o plano do anfitrião da 42.ª cúpula do bloco, o
presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, de encontrar uma “variável
jurídica” que dê um drible na aprovação do Senado paraguaio deparava-se
com reticências dos outros sócios.
Há meia década a Venezuela é “sócio pleno em estado de adesão”. Sua
entrada foi aprovada pelos Parlamentos de Argentina, Brasil e Uruguai.
Porém, o pedido de ingresso está parado no Senado paraguaio há três
anos. Apesar dos apelos do presidente Fernando Lugo para aceitar o país
caribenho. Mujica propõe que, para desbloquear o ingresso da Venezuela,
seria suficiente a aprovação do Poder Executivo, isto é, o presidente
Lugo.
O chanceler uruguaio Luis Almagro disse ontem que os governos do
Mercosul estavam tentando “encontrar uma fórmula para o ingresso da
Venezuela no Mercosul”. Segundo o ministro, a entrada do país deveria
ser “consistente e organizada”. Porém, Almagro hesitou ao explicar a
alternativa para a entrada da Venezuela. “Vocês devem esperar a
fórmula”, concluiu, após prolongada vacilação.
Alquimia
Altas fontes diplomáticas paraguaias afirmaram que existem
divergências sobre a entrada da Venezuela no Mercosul. “Estamos buscando
fórmulas para isso”, explicaram. “Mas pode ser que não encontremos
alquimia para esse ingresso nesta cúpula”, admitiram.
Outros diplomatas, em off, confessaram que queriam a entrada do país
caribenho, embora tentassem “evitar que a entrada da Venezuela tivesse a
imagem de um parto forçado, a fórceps”.
Integrantes da comitiva brasileira declararam ao Estado que “a coisa
não é tão fácil assim”, em referência à “ponte de safena política” que
seria necessária para que o presidente do Paraguai, prescindindo do
Senado, aprove o ingresso venezuelano.
Equador e Bolívia
Enquanto discutiam o modus operandi jurídico para colocar a Venezuela
no Mercosul, os ministros esperavam ontem o pedido formal do Equador
para tornar-se sócio pleno do bloco. O Equador, atualmente, é “estado
associado”. Nos últimos dias, rumores no âmbito diplomático indicavam
que a Bolívia também faria um pedido formal. O país, comandado por Evo
Morales, também é “estado associado” do bloco.