Climate change funding ‘at risk’
23 de novembro de 2011UK secretly helping Canada push its oil sands project
28 de novembro de 2011O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira que a decisão do governo de aumentar o Imposto sobre Produtos Importados (IPI) para carros importados tem como objetivo fazer com que o País consiga competir na guerra cambial instalada com a crise mundial. Além da desvalorização excessiva de outras moedas, o Brasil, segundo o ministro, tem de enfrentar o que ele chamou de “vale-tudo” no comércio entre os países com práticas como a adoção de “subsídios disfarçados”.
O ministro participou de audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle para explicar o aumento do imposto. O governo editou em 16 de setembro decreto que aumentou o IPI dos carros importados em 30 pontos percentuais. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em caráter liminar, que o reajuste só pode vigorar a partir de 90 dias da publicação do decreto.
Investimentos de montadoras
Guido Mantega afirmou que o aumento do IPI para carros importados vai gerar investimentos no País, já que algumas montadoras decidiram se instalar no Brasil para escapar do reajuste anunciado pelo governo.
Segundo o ministro, os planos das montadoras de investimentos no Brasil são de 21 bilhões de dólares (cerca de R$ 35 bilhões) até 2015.
O ministro justificou o aumento de 30 pontos percentuais do IPI porque, segundo ele, várias operações de importação ocorrem com o câmbio manipulado e subsídios disfarçados. Ele classificou essa situação de “vale-tudo”.
Veja reportagem da TV Câmara sobre o assunto.
Mantega disse que o setor de automóveis é importante para o País, que é o 6º produtor mundial de carros. O setor, segundo ele, representa 23% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, afirmou, são gerados R$ 2,5 bilhões a cada R$ 1 bilhão investido.
Reserva de mercado
Para o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), a medida cria uma reserva de mercado para carros nacionais. “Com o preço do carro importado mais elevado, haverá margem para que os carros fabricados no Brasil elevem os seus preços. E, ao mesmo tempo, com a redução da entrada de carros estrangeiros no nosso território, evidentemente que haverá mais espaço para que carros de baixa qualidade tecnológica possam ser ofertados aos consumidores brasileiros.”
O ministro garantiu que não vai ocorrer aumento de preço de carros. “Há um compromisso dos fabricantes nacionais de manterem os preços; e eles estão elevando o preço abaixo da inflação. Isso não é de agora, já vem ocorrendo. O que eles têm que fazer agora é promoção de vendas, dar desconto; e eu acredito que eles vão fazer isso. O governo estará vigilante; se eles subirem os preços, aí nós vamos mudar as coisas; mas não acredito que façam isso”.
Proteger empregos
Guido Mantega acrescentou que o governo quis proteger os empregos nacionais com a medida.
Mantega previu um cenário mundial de crise para os próximos anos. Segundo ele, a atual situação econômica na Europa e nos Estados Unidos pode resultar em uma nova crise financeira como a de 2008 e em recessão. No Brasil, o ministro lembrou que essa situação tem gerado um aumento das importações, por causa da guerra cambial (desvalorização excessiva de outras moedas).
Em relação à situação fiscal do governo, Mantega disse que a economia de receitas para pagamento da dívida pública já tem 94% de sua meta anual cumprida até outubro. Sobre a atividade econômica no País, o ministro disse que já tem informações de recuperação a partir de novembro, após uma queda no terceiro trimestre.
