O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, afirmou nesta segunda-feira que a Síria poderia evitar um ataque militar se o presidente Bashar al-Assad entregar todas as suas armas químicas para a comunidade internacional na próxima semana, mas acrescentou que Assad não está prestes a fazê-lo. Rússia e Síria insistiram nesta segunda-feira em uma solução diplomática para o impasse.
Quando perguntado por um repórter se havia algo que o governo de Assad poderia fazer ou oferecer para parar um ataque, Kerry disse:
– Claro, ele poderia entregar cada uma de suas armas químicas para a comunidade internacional na próxima semana, tudo isso sem demora, mas ele não está prestes a fazê-lo e nada pode ser feito – disse.
Em entrevista conjunta com o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, em Londres, Kerry também destacou que a relação entre o Reino Unidos e os Estados Unidos nunca foi tão forte, apesar do Parlamento britânico ter decidido não participar de uma ação militar contra a Síria.
Hague reafirmou que o governo respeita plenamente a decisão tomada pelos parlamentares. E ressaltou que o Reino Unido ainda tem quatro prioridades: pressionar para conversações de paz em Genebra, oferecer ajuda humanitária, tentar fortalecer a oposição moderada e tomar uma posição firme sobre o uso de armas químicas.
‘Não atacar seria mais perigoso que atacar’, diz Kerry
O secretário de Estado americano argumentou que não atacar a Síria seria mais perigoso do que atacar. Embora tenha dito que não sabe como o presidente dos EUA, Barack Obama, reagiria se perdesse a votação no Congresso sobre a ação militar, ele destacou que seria um erro para o governo dos EUA não ordenar um ataque.
Kerry rejeitou as alegações de que o presidente sírio não autorizou pessoalmente o ataque com armas químicas em 21 de agosto. E voltou a afirmar que os americanos estavam planejando um ataque “incrivelmente pequeno” no país árabe.
– Na Síria, apenas três pessoas controlam o uso de armas químicas: Assad, seu irmão e um general – disse.
Rússia e Síria pedem para EUA não realizar ataques
Depois de conversar com o ministro da Relações Exteriores sírio, Walid al-Moualem, seu homólogo russo Sergei Lavrov pediu aos Estados Unidos para centralizar seus esforços para convocar uma conferência de paz em vez de lançar uma ação militar.
Lavrov disse que um ataque militar americano na Síria poderia levar à disseminação do terrorismo, enquanto Walid al-Moualem acusou Obama de apoiar os terroristas, fazendo uma comparação com os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.