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18 de abril de 2024O governo viverá em 2010, em meio à disputa que definirá o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o dilema de ter que aumentar a taxa de juros para manter a inflação sob controle. A previsão de elevação dos juros é do mercado, que, neste momento, está apostando, conforme se vê nos contratos com prazo de três anos, em alta de três pontos percentuais na taxa Selic em 2010, de 1,25 ponto em 2011 e de um ponto em 2012.
Assim como o governo, os agentes do mercado acreditam que a economia brasileira, depois de passar por recessão técnica nos dois últimos trimestres, já iniciou um processo de recuperação e chegará ao fim do ano crescendo de forma acelerada, embora ainda abaixo do padrão que vinha exibindo antes da crise financeira internacional. Essa recuperação, segundo leitura do mercado expressa nas curvas de juros, indica que o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) será mais conservador na política monetária de curto prazo daqui por diante.
A cautela redobrada reduz o prêmio exigido pelos investidores nos juros futuros para recompensar o risco de aceleração da inflação. Essa é a parte da curva de juros futuros que, para o governo, mais interessa. Os juros mais longos servem de referência para as captações feitas por empresas no mercado interno para financiar investimentos. Também baliza os custos de linhas dirigidas a pessoas físicas, que têm prazos cada vez maiores, como os financiamentos para a compra de automóveis.
De nada adiantaria, por essa leitura, o BC manter uma política monetária expansionista no custo prazo se, em prazos mais longos, o mercado continuasse a precificar juros mais elevados, exigindo prêmios para o risco de um eventual excesso de estímulo à economia levar ao aumento da inflação.
A ideia de que o BC foi mais conservador pode, à primeira vista, parecer estranha, já que na semana passada o Copom cortou a taxa Selic em um ponto percentual, de 10,25% para 9,25% ao ano, acima do 0,75 ponto percentual esperado pela maior parte dos analistas econômicos. As avaliações do mercado financeiro, porém, deram um peso maior para o trecho do comunicado divulgado pelo Copom, logo após a reunião, que avisa que “qualquer flexibilização monetária adicional deverá ser implementada de maneira mais parcimoniosa”.
O corte dos juros acima do que o esperado foi possível porque os modelos de projeção do BC mostram que, mesmo com juros menores, a inflação ficará dentro das metas para 2009 e 2010, ambas fixadas em 4,5%. A parcimônia se justifica porque os estímulos monetários atuam com defasagens na economia e estão sujeitos a um grau de incerteza, o que demanda cautela.
Desde a sua reunião de abril, o Copom vem tentando reduzir os prêmios de risco inflacionário embutidos na curva de juros futuros. A ata daquele encontro já afirmava que “o Comitê entende também que a melhora do cenário prospectivo para a inflação em 2009 e em 2010 não foi, até o momento, incorporada na estrutura a termo da taxa de juros”.
Graças a essa mensagem, as taxas futuras caíram bastante no início de maio. Mas voltaram a subir nas semanas seguintes, embora não tenham retornado aos elevados patamares praticados antes da ata de abril.
Três fatores contribuíram para esse movimento: a alta dos juros dos títulos do Tesouro norte-americano; os sinais de retomada da atividade econômica no Brasil e na economia mundial; e o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que foi menos negativo do que o esperado.
Hoje, o BC divulgará a ata da reunião do Copom ocorrida na semana passada. “O Banco Central, ao cortar os juros em um ponto percentual, mostrou que tem um cenário para a inflação muito positivo”, afirma o diretor da Porto Seguro Investimentos, Sérgio Goldenstein. “O mercado incorporou um pouco dessa visão e passou a projetar uma alta menor dos juros em 2010.”