Jornais franceses criticaram o cancelamento da reunião do presidente Jair Bolsonaro com o chanceler do país, Jean-Yves Le Drian, na última segunda-feira (29). As publicações qualificaram como \”humilhante\” e \”esnobe\” o fato de o presidente ter cancelado por \”questões de agenda\” e ter aparecido na sequência em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, feita enquanto cortava cabelo.
Para o jornal Le Monde, o cancelamento do encontro com o ministro francês foi uma \”humilhação\”. \”Na diplomacia, Jair Bolsonaro prefere a provocação\”, diz o jornal. Segundo a reportagem, a transmissão pelo Facebook onde aparecia cortando o cabelo \”mergulhou o Quai dOrsay (onde fica o Ministério das Relações Exteriores francês) em espanto\”. O jornal também cita os dados do Inpe sobre desmatamento e diz que Bolsonaro é \”complacente com os autores de crimes ambientais\”. Para o jornal, \”Bolsonaro se esqueceu da promessa, que havia feito para o presidente francês, Emmanuel Macron, durante as reuniões do G20 em Osaka no Japão, de respeitar o Acordo de Paris\”.
Para o Le Parisien,
\”decididamente, não falta topete ao presidente Jair Bolsonaro\” e que \”Bolsonaro olha mais amorosamente para Washington que para Paris, uma vez que este impôs ao Brasil condição de que haja avanços ambientais para o acordo entre a União Europeia e o Mercosul\”.
No Le Figaro, por meio de informações da Agence France Presse (AFP), o subtítulo trazia: \”finalmente o presidente brasileiro optou por um encontro com o cabeleireiro\”. Já o jornal Libération, que usou informações da mesma rede, publicou que a gafe pode \”parar a ratificação do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul\”.