Apesar do grande estardalhaço feito pelo governo no mês passado, anunciando projetos de medidas para tributar as cadernetas e reduzir a tributação dos fundos, a ideia agora parece ser esperar para ver o que acontece após a queda dos juros antes de propor as mudanças. O receio de que as cadernetas, isentas de imposto e com juro fixo de 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, atraíssem volumes imensos de recursos hoje aplicados em fundos, foi reavaliado. E, segundo o secretário de reformas econômico-fiscais do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, somente se a tendência de migração for realmente detectada o governo apelará para a redução temporária do imposto de renda, segundo apurou a repórter Mônica Izaguirre, de Brasília.
A medida valeria apenas até que o imposto de renda sobre as cadernetas começasse a valer, o que ocorreria em janeiro de 2010. Se o imposto for reduzido para 15% em todos os prazos, fundos com taxa de administração de até 1,5% seriam competitivos com um juro de 9,25%. Com juros abaixo de 8,5%, porém, só taxas de 1% ao ano ganhariam da caderneta. No longo prazo, a caderneta seguiria imbatível para valores até R$ 50 mil, que continuariam isentos, competindo diretamente com os fundos mais caros dos bancos.