O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira, 16, que não há nenhum relaxamento do governo em relação à inflação. O ministro participa do XXIII Fórum Nacional, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio, cujo tema este ano é “Visão de Brasil desenvolvido para participar da competição do século: China, Índia e Brasil”.
“Estamos sempre atentos para manter a inflação dentro dos limites. Temos certeza absoluta de que em 2011 a inflação estará dentro da meta, do limite superior da meta, aliás, como tem estado nos últimos cinco anos”, afirmou Mantega.
Mantega disse ainda que há uma nítida tendência de queda nos preços dos combustíveis, o que vai ajudar a desacelerar a inflação e mantê-la dentro da meta do governo.
“Os combustíveis subiram porque subiu o etanol. Pegamos um período de entressafra, mas agora com o início da safra houve uma expansão da oferta. O preço foi reduzido primeiro ao produtor, demora um tempo para chegar à bomba, mas agora já está chegando ao consumidor.
Portanto, teremos uma deflação no combustível, que é o segundo vilão dessa história inflacionária”, afirmou Mantega, lembrando ainda que a queda dos preços das commodities no mercado externo também ajudará a frear a inflação no País.
Segundo ele, a alta dos preços das commodities é uma das principais pressões sobre a inflação oficial desde o ano passado. “No Brasil existem problemas quando sobe essa inflação de commodities, mas, por outro lado, é um dos países mais bem preparados para enfrentar essa situação, porque produzimos petróleo e porque também somos um grande produtor de alimentos. Por isso, também temos vantagens quando sobem os preços dessas commodities. Então essa é uma moeda que tem duas faces”, afirmou.
Segundo o ministro, a boa notícia foi a queda no último mês dos preços de todas as commodities. “Portanto, a trajetória é descendente. Tivemos um alívio da inflação por parte das commodities”, comemorou.
Surto inflacionário mundial
O ministro disse que há um surto inflacionário mundial, causado principalmente por esta alta nos preços das commodities. Mas ressaltou que, em vários países, a inflação foi maior do que no Brasil. “Na China a inflação subiu muito mais, assim como na Índia e na Rússia. Se comparados aos emergentes, estamos numa situação razoável”, ponderou Mantega, apontando como culpados pela inflação mundial a falta de oferta de produtos, os problemas climáticos e a crise política no Oriente Médio e no Norte da África. “Mas também, não menos importante, está a especulação financeira, o excesso de liquidez no mundo provocado pela política de expansão monetária de países desenvolvidos”.
Para Mantega, um dos fatores que determinam a longevidade do crescimento do País é o controle da inflação. “Com inflação alta é difícil manter um crescimento sustentável”, disse.