Inflação controlada permite corte da Selic

Após o feriado prolongado de Carnaval, as atenções dos agentes financeiros nesta curta semana devem ficar centradas na divulgação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) hoje, e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe/USP) previsto para amanhã, ambos referentes a fevereiro.

Diante da desaceleração da atividade doméstica e de uma inflação comportada, os agentes financeiros estão cada vez mais confiantes de que o colegiado do Banco Central (BC) vai reduzir novamente a taxa Selic em 1 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) agendada para 10 e 11 de março. Vale lembrar que está crescendo no mercado a ala dos que apostam em corte de 1,5 ponto.

Na BM&FBovespa o volume de negócios ficou reduzido na quarta-feira de cinzas e as projeções de juros recuaram. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) janeiro de 2010 passou de 10,92% para 10,84% ao ano. Ontem, os agentes apenas analisaram os dados do Boletim Focus, divulgado pelo BC. De acordo com o relatório, a perspectiva para inflação caiu, de 4,69% para 4,66%, influenciada pela expectativa de que preços administrados possam recuar, em especial os dos combustíveis.

Por outro lado, as estimativas quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) continuam desanimadoras. Os analistas mantiveram a perspectiva de crescimento de 1,5% para a economia brasileira – a mesma estimativa apurada pelo BC na semana anterior. Para 2010, a previsão permanece igual em relação à sondagem anterior de 3,6%.