A Serasa Experian, empresa de verificação de crédito, apontou o aumento de 10,4% na inadimplência dos consumidores na comparação do primeiro semestre de 2009 com o mesmo período de 2008.
Já os juros bancários registraram a sétima neste mês, segundo o Procon-SP. No empréstimo pessoal a taxa média dos bancos pesquisados foi de 5,3% ao mês, a menor média desde dezembro de 2007, quando registrou 5,27%.
Para os analistas da Serasa, no entanto, a tendência é de estabilização para os próximos meses, após momentos de pico no primeiro e segundo trimestres. A taxa de inadimplência caiu 2,1% entre maio e junho, embora ainda esteja em patamares altos na comparação com o ano passado: contra junho de 2008, a inadimplência é 11% maior.
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A comparação trimestre contra trimestre também reforça essa hipótese: enquanto no primeiro trimestre houve um crescimento de 11,4% na comparação das taxas de inadimplência; no segundo trimestre, o crescimento foi um pouco menor: 9,4%.
A melhora da economia e dos níveis de emprego podem contribuir para amenizar a taxa de atrasos nos pagamentos de dívidas, avaliam os economistas da Serasa.
Tendências
Pesquisa da Fecomércio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) também confirmou as expectativas dos analistas da Serasa. Segundo a pesquisa da federação, os consumidores estão menos endividados e menos inadimplentes em julho.
Segundo esse estudo, o total de famílias endividadas baixou para 46% em julho ante uma taxa de 49% em junho e 52% em maio. Em julho de 2008, o total de famílias envididadas alcançou 53%.
A Fecomércio-SP também detectou um recuo na taxa de inadimplência das famílias: entre abril e julho, as taxas caíram de 22% para 17%.
“A oferta de crédito ao consumidor encolheu, sua concessão ficou mais seletiva e as taxas de juros continuam bastante elevadas afastando o consumidor das operações de crédito”, avalia a economista da federação, Adelaide Reis.
A pesquisa da federação ainda mostra que os consumidores paulistanos estão ainda menos dispostos a se endividar nos próximos: a parcela dos cidadãos que não pretendem contrair dívidas foi de 88% em maio, subiu para 89% em junho e atingiu 90% em julho.