Hank Paulson, ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, e Ben Bernanke, o presidente do Federal Reserve (Fed), estavam sob investigação na sexta-feira, depois da informação de que eles supostamente teriam pressionado o Bank of America a concluir a aquisição do banco de investimento Merrill Lynch.
Segundo Andrew Cuomo, procurador-geral do Estado de Nova York, Ken Lewis, o presidente do Bank of America, disse a investigadores, sob juramento, que sua decisão de não contar aos acionistas sobre a deterioração dos ativos do Merrill Lynch antes do “takeover” foi resultado das pressões de Paulson e Bernanke. “Fui instruído que: não queremos uma revelação pública”, teria dito ele.
Lewis também teria afirmado que Paulson ameaçou todo o conselho de administração e a administração do Bank of America de demissão, se eles tentassem voltar atrás no negócio.
Cuomo disse na quinta-feira que o testemunho de Lewis e outras constatações “levantam dúvidas fundamentais sobre a interação das autoridades reguladoras e aqueles que elas regulam”.
Paulson não discute que seu alerta a Lewis sobre o que iria acontecer se o Bank of America tentasse voltar atrás pode ter sido visto como uma ameaça.
Mas ele contradiz a alegação de Cuomo de que disse a investigadores que agiu “a pedido” de Bernanke, a principal autoridade reguladora à qual o Bank of America está sujeito.
Bernanke e Paulson negam ter dito a Lewis para não divulgar a informação sobre a deterioração dos ativos do Merrill Lynch antes da conclusão do negócio. A porta-voz da Paulson disse que ele assumiu postura firme, com base em conselhos de advogados do Fed, de que o Bank of America não tinha base legal para exercer cláusula de “mudança material adversa”,que poderia ter fornecido ao banco uma rota de fuga.