Quem antecipou o embarque para as festas de fim de ano a fim de fugir de filas e atrasos nos aeroportos não escapou da péssima infraestrutura dos aeroportos e do atendimento ruim das companhias aéreas. E o pior está por vir caso se confirme a greve dos aeronautas marcada para sexta-feira, quando se espera movimento recorde nos terminais. Nesta quarta-feira, representantes dos pilotos e comissários se reunirão com dirigentes do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA).
O diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), José Adriana Castanho, explicou que as principais reivindicações da categoria são reajuste salarial de 8% – as empresas oferecem 5,6% –, folgas regulares fixadas anualmente, plano de previdência privada e plano de saúde. Além disso, pilotos e comissários cobram o passe livre em vôos de todas as companhias para que possam se deslocar à base de trabalho e para onde moram.
A greve pode ter início justamente em um dos finais de semana mais movimentados do ano. Segundo a Infraero, de sexta-feira a domingo, 82 mil pessoas embarcaram e desembarcaram em Confins. No próximo fim de semana, a expectativa é de que 103 mil passageiros passem pelo terminal, aumento de 25,6% no fluxo. Ontem, o índice de atrasos nos dois principais aeroportos da Grande BH teve alta em relação aos últimos dias. Em Confins, até as 18h, 19 dos 106 voos apresentaram atrasos superiores a 30 minutos e outros seis foram cancelados. No Pampulha, seis dos 20 decolaram ou pousaram atrasados. Cinco foram cancelados. Ou seja, 55% dos voos tiveram problemas.
Empréstimos
Também ontem o Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou dois empréstimos para os aeroportos de Guarulhos e de Brasília, com um total de R$ 4,27 bilhões. O terminal paulista receberá R$ 3,48 bilhões. Desse montante, está incluído R$ 1,2 bilhão relativo ao empréstimo-ponte concedido em outubro de 2012. O da capital federal será de R$ 797,1 milhões.
No caso do financiamento para a ampliação, manutenção e expansão de Guarulhos, a participação dos recursos do BNDES será de 64% do total dos investimentos, enquanto que no projeto do terminal de Brasília será de 61%.