Em discurso a ministros, líderes partidários e parlamentares da base aliada na Câmara, o presidente Michel Temer disse, nesta terça-feira (18), que “o governo só resistiu porque estamos trabalhando juntos” e cobrou empenho dos deputados em aprovar as reformas encampadas pelo governo.
A afirmação, feita em café da manhã no Palácio da Alvorada, vem em meio à divulgação de delações da Odebrecht na Operação Lava Jato, que atinge parte da base aliada e ministros do governo Temer.
Na reunião, foi discutida a reforma da Previdência. A previsão inicial era de que o relatório final do projeto, com mudanças em relação ao texto original, fosse apresentado ainda nesta terça. Mas o relator Arthur Maia (PPS-BA) pediu mais prazo, diante de pressões para mudanças de última hora no texto.
“O governo só resistiu porque nós estamos trabalhando juntos no Executivo e no Legislativo. Acho que é um momento histórico do país, sem embargo das dificuldades, nós temos de dar prova de trabalho. E a prova de trabalho virá pela aprovação dessas reformas, porque o povo vai dizer: ‘olha aqui, o Brasil não parou’”, disse.
O presidente também cobrou empenho dos deputados em aprovar as reformas encampadas pelo governo. Uma semana após a divulgação dos novos investigados da Lava Jato, que atinge em cheio a classe política, o presidente aconselhou os convidados a não mostrar que eles estão em “posição delicada”.
“Não podemos nos acoelhar, mostrar que estamos numa posição delicada. Delicada, deixemos para o Judiciário”, afirmou.
Sem mencionar a Lava Jato, o presidente voltou a defender que o Executivo e o Legislativo continuem atuantes, mesmo com o avanço das investigações sobre integrantes do governo. Entre os novos investigados na operação, a partir das delações da Odebrecht, oito são ministros de Temer.
“Não se pode, a todo momento em que aparece, acontece um fato qualquer, uma notícia qualquer parar o Executivo e o Legislativo. Nós temos que nos vitalizar e dar uma resposta muito adequada para o momento que nós vivemos”, declarou o presidente em meio a aplausos.
Temer também cobrou dos convidados a defesa das reformas do governo e os aconselhou a se revezarem na tribuna do Congresso para falar sobre as medidas aprovadas. “Não é o que Executivo está fazendo, é o que vocês estão fazendo, em nome do país”, afirmou.