Os 12 feriados nacionais e 30 estaduais que caem este ano em dias
úteis vão provocar uma perda para o Brasil de R$ 135,8 bilhões, ou o
correspondente a 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos
bens e serviços produzidos no país. A informação consta de estudo
técnico divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de
Janeiro (Firjan). Tomando por base o crescimento previsto do PIB, os
números corrigidos indicam que o setor produtivo deixará de ganhar R$
14,8 bilhões por dia parado.
“A ideia é mostrar que a paralisação excessiva da atividade econômica,
gerada pela fusão de conceitos entre feriados e datas comemorativas,
impõe enormes custos ao parque produtivo nacional e, principalmente, à
nossa competitividade, vis-a-vis nossos principais concorrentes”, afirmou hoje (19) à Agência Brasil o gerente da Divisão de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês.
Olhando o grupo do Brics (acrônimo que representa os emergentes Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul), por exemplo, Mercês informou que
a China, após a reforma de 2008, definiu nove feriados nacionais. A
Índia tem sete, dos quais apenas três caem em dias úteis. “Temos uma
perda de competitividade muito grande em relação aos nossos principais
competidores”, disse ele.
O estudo mostra, porém, que, em comparação ao ano passado, o custo
econômico dos feriados será menor em 2011, considerando que alguns
feriados caem em fins de semana. A perda em 2010 foi de R$ 149,2
bilhões, ou o equivalente a 4,4% do PIB, indicando perda por dia parado
de R$ 13,8 bilhões. “Nós temos dois feriados a menos em dias de semana, o
que deu uma perda absoluta menor” em relação a 2010.
Mercês destacou, contudo, que as perdas são muito grandes. “Afinal, nós
estamos falando de R$ 135 bilhões por ano para o Brasil, o que daria
para custear quatro olimpíadas no país ou dobrar o orçamento previsto da
União para a saúde”.
Tomando por base os estados mais industrializados, verifica-se que as
perdas são proporcionais ao tamanho do PIB. Em São Paulo, Rio de Janeiro
e Minas Gerais, por exemplo, as perdas estimadas em 2011 alcançam R$
42,5 bilhões, R$ 14,5 bilhões e R$ 12 bilhões, respectivamente. “As
perdas são muito grandes, principalmente no momento atual, quando a
capacidade instalada está bem alta, as indústrias produzem a pleno
valor. E aí, se torna praticamente impossível recuperar o tempo perdido
com os feriados”.
O economista da Firjan informou que mesmo nos estados de menor PIB,
também há perdas importantes. O custo econômico dos feriados será tanto
maior quanto maior for a pujança econômica do estado, explicou.
No estado do Rio de Janeiro, a perda de receita estimada por dia parado
atinge R$ 1,6 bilhão. “Daria para cobrir todo o investimento do Comperj
[Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro] ou quase 14 vezes o orçamento
previsto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o estado,
em 2011”.