O número de famílias que declarou ter dívidas aumentou, em maio, na
comparação com maio do ano passado. Neste ano, o índice ficou em 64,2%
e, no ano passado, neste mês, o percentual das famílias que se
declararam endividadas foi 58,7%. Os dados fazem parte da Pesquisa
Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic),
divulgada hoje (18), no Rio de Janeiro, pela Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Na comparação com abril, também houve aumento, já que, no mês passado, o indicador registrou 62,6%.
A pesquisa mostra ainda que, em comparação a abril, o percentual de
famílias com dívidas ou contas em atraso, em maio, aumentou, passando de
23,4% para 24,4%. O percentual, porém, é menor do que o registrado em
maio de 2010, quando ficou em 25,1%.
O percentual das famílias que declararam não ter condições de pagar
as contas ou dívidas também subiu, passando de 7,8% para 8,6%, de abril
para maio. Comparando os mesmos meses (maio de 2011 com maio de 2010),
porém, foi identificada certa estabilidade já que, em maio do ano
passado, o percentual chegou a 8,5%.
De acordo com a CNC, os números da pesquisa mostram uma alta
moderada da inadimplência e que “o crescimento dos empréstimos em ritmo
mais rápido do que o da renda, o aumento do custo do crédito e o espaço
reduzido para elevações nos prazos de financiamento estão levando a um
maior comprometimento da renda das famílias brasileiras com dívidas”.
Para a confederação, se somado ao custo de vida, os indicadores
sugerem que a inadimplência poderá aumentar nos próximos meses. Por
faixa de renda, a pesquisa mostra que o aumento do endividamento foi
mais expressivo nas famílias com ganhos acima de dez salários mínimos.
Nesse grupo, o percentual de endividados, no mesmo período de
comparação, passou de 52,9% para 57,7%.
Para as famílias com renda inferior a dez salários mínimos, o
percentual que declarou estar endividado passou de 64,4% em abril para
65,2% em maio. O uso do cartão de crédito foi apontado como principal
motivo da dívida de 71,8% das famílias pesquisadas, seguido dos carnês (
20,7%) e do crédito pessoal (12,4%) na terceira posição.