O mercado de trabalho brasileiro teve desempenho positivo no
primeiro trimestre deste ano com aumento dos rendimentos reais dos
trabalhadores e do emprego com carteira assinada. O desemprego e a
informalidade recuaram e a perspectiva é de continuidade deste quadro
nos próximos meses, segundo os dados do boletim Mercado de Trabalho
Conjuntura e Análise, divulgado hoje (31), pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea).
A população ocupada cresceu 1,8%, em média, no primeiro trimestre deste
ano, em comparação a igual período de 2011, enquanto os empregos com
carteira assinada evoluíram 4,4%, o que equivale a cerca de 482 mil
novos contratos formais. Os empregados sem carteira apresentaram
retração de 5,4%. Já os ocupados por conta própria cresceram 1,1% .
O nível de informalidade no trabalho foi 34,1%, revelando queda de 1,5
ponto percentual em relação ao mesmo período do ano passado. “Na média, a
taxa de informalidade de 2012 ficou abaixo da de 2011”, comparou a
economista Ana Luiza Barbosa, pesquisadora da Diretoria de Estudos e
Políticas Sociais do Ipea.
A taxa de desemprego média do primeiro trimestre ficou em 5,8%, 0,5
ponto percentual abaixo da taxa no mesmo período de 2011, que foi 6,3%.
“Mesmo havendo aumento da população, a taxa de desemprego foi baixa.
Esse aumento do desemprego se deu em função do aumento da população.
Gente que estava fora do mercado de trabalho, migrou para o mercado,
tornando-o mais dinâmico”.
Segundo a economista, esse indicador mostra sazonalidade, uma vez que
em todo começo de ano, verifica-se um leve aumento da taxa de
desemprego.
Em relação ao rendimento médio do trabalhador, o boletim registrou
ganho de 4,2% no período pesquisado, alcançando R$ 1.703,60. Em março,
foi apurado o maior valor desde o início da pesquisa, em 2002, atingindo
R$ 1.728,40.
O prognóstico para os próximos meses, disse a economista do Ipea, “é
uma continuidade desses resultados favoráveis. As políticas
macroeconômicas que vêm sendo adotadas têm como objetivo estimular a
atividade econômica. Isso contribui para estimular a demanda, o
aquecimento do consumo. Isso tudo tende a favorecer o mercado de
trabalho como um todo”.