A ministra do Superior Tribunal de Justiça, Eliana Calmon, negou na noite desta segunda-feira, no Rio, que vai se filiar ao PSB do governador Eduardo Campos para se candidatar ao governo da Bahia pelo partido em 2014. A magistrada, no entanto, fez elogios a Campos, que deve disputar à Presidência. Para Eliana, o interesse político do socialista por ela foi um “balão de ensaio”.
– Isso é uma especulação. Ele (Eduardo Campos) jogou um balão de ensaio. Não houve convite pessoalmente – afirmou a ministra antes de fazer um palestra na Casa do Saber, em Ipanema, na Zona Sul.
Eliana Calmon, porém, não descartou a possibilidade de entrar na política. Mas, segundo ela, a prioridade é a magistratura:
– Política só a partir de 2015 porque estou me aposentando em novembro de 2014. A magistratura é prioridade. O meu mandato vai até setembro de 2014. Acho importante terminar este ciclo.
A ministra contou que o PPS foi o primeiro partido a fazer o convite.
– Mas o Eduardo Campos foi mais afoito. Ele disse isso em cima de um palanque. Aí perdi o meu sossego – revelou ela.
Eliana Calmon fez elogios ao governador de Pernambuco:
– Ele está fazendo um grande governo. Isso é inegável.
A magistrada lembrou que Campos reformou o prédio de um fórum no interior do estado.
– O fórum estava caindo. Nunca vi um governador se preocupar com detalhes. Ele se preocupa com os detalhes, observa toda a movimentação da curva da criminalidade – disse.
Segundo a ministra, os elogios não quer dizer que ela dará um apoio formal à candidatura do governador.
– Por mais admiração que eu tenha por ele, (os elogios) são como uma cidadã brasileira – afirmou a ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A ministra comentou também sobre os R$ 84 mil que ela recebeu como auxílio alimentação em setembro do ano passado:
– Houve motivo político na divulgação. O auxílio foi recebido por todos os magistrados, inclusive do Tribunal de Contas. Eu, inclusive, não estava presente na sessão onde deliberaram para pagar retroativo. Eu sou contra o retroativo. Isso foi votado em setembro, quando eu estava de férias. Quando cheguei, encontrei (o dinheiro) na minha conta. Não podia fazer a devolução porque era até uma acinte para os meus colegas.
Quando foi corregedora do CNJ, Eliane Calmon provocou polêmica ao afirmar que no Judiciário existem “bandidos de toga”. O CNJ chegou a repudiar a declaração de sua corregedora. A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) reagiu e questionou o “destempero verbal” da magistrada, pedindo que ela apontasse os bandidos no Judiciário.