A gestão João Doria (PSDB) quer conceder para a iniciativa privada a gestão do sistema de Bilhete Único na cidade de São Paulo. Uma licitação vai escolher uma empresa para fazer a gestão do serviço de recebimento dos pagamentos das passagens de transporte coletivo feitos pelos usuários e repassará os valores às empresas concessionárias de ônibus, trem e metrô.
O projeto está dentro do Plano Municipal de Desestatização, previsto para ser apresentado nas próximas semanas, segundo a assessoria de imprensa de Doria. A informação foi adiantada nesta quarta-feira (8) pelo jornal \”Folha de S. Paulo\”.
O objetivo é reduzir custos e melhorar a qualidade e a segurança do serviço. A medida valeria apenas para a administração do Bilhete Único em relação ao uso nos ônibus de São Paulo e não altera a forma como é administrado hoje pelo governo de São Paulo – o bilhete também é usado nos trens e no Metrô.
Segundo a Secretaria de Comunicação da prefeitura, a contrapartida para a empresa que vai gerir o Bilhete Único será a própria base de clientes formada por mais de 15 milhões de bilhetes ativos – para os quais poderão ser oferecidos outros serviços como cartão de débito e crédito. A empresa poderá ganhar com uma gestão financeira do serviço, já que o repasse para as concessionárias só é feito cinco dias após o recebimento dos valores pagos pelos usuários.
Mesmo após a Prefeitura de São Paulo bloquear 90 mil cartões de Bilhete Único em uma investigação contra fraudes, as vendas irregulares de créditos continuam acontecendo normalmente em estações do Metrô e da CPTM. O Bom Dia São Paulo flagrou diversas situações.
Na Estação Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, fraudadores vendem passagens mais baratas na frente da bilheteria, sem contrangimento. Um deles explica porque vende mais barato que a tarifa de R$ 3,80. “O meu tem bastante crédito”, diz. Outro vai até a catraca e passa seu cartão para os clientes interessados.
Na estação Perus da CPTM, mais de 10 pessoas vendiam créditos fraudados na entrada da estação. Um segurança chega a conversar com o grupo, mas voltou ao trabalho normalmente.
Na Estação Celso Daniel, em Santo André, pessoas devolvem o cartão para os fraudadores logo após passar a catraca. O mesmo acontece na estação da Mauá da Linha 10-Turquesa, na frente de um segurança da CPTM.
O gerente de segurança da CPTM afirmou que muitas vezes só olhar a movimentação dos fraudadores faz parte de uma estratégia dos seguranças pra conseguir pegar gente que esteja participando do esquema.
A polícia disse que trabalha junto com a CPTM e a SPTrans para impedir a ação dos fraudadores. A Secretaria de Mobilidade e Transportes trabalha numa força tarefa para acabar com o esquema de fraudes. A SPTrans informou que os cartões com crédito falso são carregados em locais não autorizados. Denúncias podem ser feitas no 156.