O governo não fixou um patamar ideal para a taxa de câmbio, mas trabalha para que o dólar atinja um ponto de equilíbrio. A afirmação foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem a taxação de 2% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para entrada de capital estrangeiro nas aplicações em bolsa e em renda fixa vai contribuir para segurar a cotação do dólar.
“Trabalhamos sempre na perspectiva de mantermos o equilíbrio (no câmbio). Por isso é que o Banco Central está comprando dólar. Vamos comprar tantos dólares quanto apareçam no mercado e é por isso que criamos o IOF, para que a gente crie um pouco de dificuldade para a entrada do dólar”, ressaltou Lula, que participou da inauguração da nova quadra da Vila Olímpica da Mangueira, no Rio.
“O Brasil passou a ser a bola da vez e nós não podemos, não temos o direito de ficar a mercê da especulação”, comentou, usando uma expressão antes muito empregada para falar da vulnerabilidade externa do país.
Lula destacou que os efeitos da taxação de IOF para o capital estrangeiro em operações de renda fixa e renda variável levará “um tempo para amadurecer”.
Segundo ele, o objetivo do governo com a medida é evitar a formação de uma bolha especulativa no país. “Para nós, o dólar fraco não presta e o dólar forte demais não presta”, comentou.
O presidente voltou a criticar as taxas de juros cobradas no cartão de crédito e no cheque especial no país. Segundo ele, o governo continua comprometido com a redução do spread bancário, “que continua muito alto”.
O presidente também não definiu se haverá a prorrogação das alíquotas reduzidas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os eletrodomésticos da linha branca. Segundo ele, a decisão final caberá ao ministro da Fazenda, Guido Mantega.
“Não posso dizer pra vocês se vai manter ou vai acabar. Existe uma avaliação feita sistematicamente pelo Ministério da Fazenda, que vai acompanhando a venda, vai acompanhando o resultado disso no varejo. E é em função disso que ele toma a medida”, explicou