O dólar comercial opera em forte alta de 1,30% nesta segunda-feira (23), cotado a R$ 1,6360 na venda, com os investidores atentos no aumento da aversão ao risco no exterior e também repercutindo novas projeções para a economia e o mercado de câmbio brasileiro.
Com a variação desta segunda-feira, a moeda norte-americana registra alta de 4,01% neste mês de maio, porém uma desvalorização de 1,81% desde o início do ano.
Segundo a equipe de consultores da LCA, a tendência para a moeda norte-americana em relação ao real nesta sessão é de alta. “Aversão ao risco no cenário externo deverá levar ao fortalecimento do dólar contra o real”, afirmam.
Risco no exterior
No cenário externo, a aversão ao risco ganha força por conta dos problemas econômicos na Europa e a preocupação com a trajetória de recuperação da economia norte-americana por conta dos recentes indicadores econômicos que, na maioria, ficaram abaixo das expectativas do mercado.
Na Europa, o destaque é o rebaixamento da perspectiva, de estável para negativa, da dívida italiana pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, na última sexta-feira. Segundo a agência, esse corte foi feito por conta das preocupações com os programas de ajuste fiscal do governo da Itália.
A Fitch Ratings também rebaixou a perspectiva para o rating italiano na última sexta-feira, além de promover novo corte na nota da Grécia, de “BB+” para “B+”, com manutenção da perspectiva negativa.
Desta forma, em meio a esse cenário econômico, a aversão ao risco ganha força entre os investidores, principalmente os estrangeiros. Isso reduz a atratividade do investimento no Brasil e também a demanda por real, além de impulsionar a intenção de retirar recursos daqui, o que pode reforçar a oferta de real no mercado.
Projeções
Mais cedo, o Banco Central divulgou o seu relatório Focus, que traz projeções de economistas do mercado para a economia brasileira. Para o mercado de câmbio, a expectativa é de que o dólar encerre o mês de maio cotado a R$ 1,60, mesmo valor esperado para o fim de junho. Já para o final de 2011, a expectativa é de que o dólar esteja cotado a R$ 1,62.
O principal destaque, contudo, ficou novamente por conta das projeções para a inflação. Segundo os economistas ouvidos pelo Banco Central, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve apontar taxa de 0,48% em maio e 6,27% no acumulado deste ano.