Depois de atingir a maior cotação desde 30 de abril de 2009 na véspera, a moeda dos Estados Unidos avança na manhã desta terça-feira e bate o patamar de R$ 2,18. Por volta das 9h50 (horário de Brasília), o dólar registrava alta de 0,87%, cotado a R$ 2,1850 para a venda. Testado pelo mercado, o Banco Central interveio de novo ontem, mas a moeda fechou a R$ 2,1661.
Com a venda de leilões de swap cambial tradicional, a autoridade monetária brasileira deixou transparecer que não quer o dólar distante de R$ 2,15. A valorização de 0,84% em relação ao real levou a uma alta acumulada de 1,11% no mês e de 5,94% no ano.
Há intensa especulação sobre a decisão do Federal Open Market Committee (Fomc), o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), que se reúne hoje e amanhã para determinar se continua com a política de incentivo à economia. O receio é de que, reduzindo os estímulos que são responsáveis pela injeção mensal de US$ 85 bilhões no mercado, a divisa dos EUA se valorize ainda mais. No Brasil, o impacto será o maior descontrole sobre os preços, alta da inflação e aumento do endividamento das empresas.
Em afirmações recentes, o chairman do Fed, Ben Bernanke, sinalizou que o programa Qualitative Easing (QE) poderá ser reduzido se a economia dos EUA continuar a melhorar. Pela política do QE, atualmente, o Fed compra US$ 45 bilhões em treasuries (notas do Tesouro) e US$ 40 bilhões em títulos lastreados em hipotecas por mês. Após a reunião do Fed, também serão divulgadas projeções trimestrais de crescimento, inflação e desemprego e estimativas sobre a trajetória futura das taxas de juros dos Estados Unidos.