A desaceleração da economia brasileira e as incertezas no mercado de capitais também afetam o ramo, sobretudo no segmento de bancos de investimentos, que no ano passado desligou, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiros (Contraf), cerca de 160 trabalhadores. Na última semana, Credit Suisse e Santander demitiram.
O próximo a cortar pode ser o Barclays, que anunciou planos de reduzir o quadro global em até 12 mil postos. “O principal desafio dos bancários em 2014 é lutar contra as demissões, por mais contratações e pelo fim da rotatividade e das terceirizações”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf.
Representantes dos bancos negam que haja uma estratégia de redução dos quadros. Magnus Apostólico, diretor de Relações do Trabalho da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), explica que a redução na força de trabalho do setor, ocorrida entre 2012 e 2013, foi pontual. “Esse recuo representa menos de 1% do quadro. É uma diminuição depois de vários anos de crescimento. Não há nenhum plano no sistema”, garante. Apostólico diz não ser possível fazer previsões para 2014 porque cada banco tem uma estratégia comercial e, por motivos de concorrência, não divulgam esses planos.
Ele afirma, porém, que essas reduções não tiveram relação com busca por eficiência ou com a queda dos juros no ano passado. “É natural que um ou outro banco, até por razões de reestruturação, tenha feito algum corte. Não é algo generalizado”, argumenta.