JUSTIÇA DE SÃO PAULO DETERMINA QUE O MUNICIPIO AUTORIZE A EXPEDIÇÃO DE NOTAS FISCAIS ELETRÔNICAS.
9 de fevereiro de 2024Por que Rússia deve crescer mais do que todos os países desenvolvidos, apesar de guerra e sanções, segundo o FMI
18 de abril de 2024Um “default ordenado” da Grécia, com corte de 50% a 60% da dívida do
país junto a bancos credores, não será um evento trivial e deve provocar
ondas de nervosismo no mercado de ativos financeiros na Europa, que
inclusive se refletirá sobre os CDSs (Credit Default Swaps) de países da
região, afirmou Marcelo Salomon, um dos dois chefes da área de pesquisa
para América Latina do Barclays Capital. Para ele, um efeito colateral
da crise econômica naquele continente é uma forte retração de crédito no
curto prazo. Se este fato ocorrer, ele destacou que a Europa pode
entrar em recessão em 2012, o que pode provocar efeitos colaterais
graves à economia mundial, como a desaceleração mais vigorosa da China,
com impactos nos preços de commodities e redução dos termos de troca dos
países da América Latina. “Nesse contexto, o câmbio no Brasil voltará a
atingir entre R$ 2,00 e R$ 2,20, de forma temporária”, ressaltou.
Para
Salomon, a alta volatilidade nos mercados financeiros internacionais
vai durar um bom tempo e não será atenuada logo após a reunião do G-20,
que ocorrerá nos dias 3 e 4 de novembro em Cannes, na França. Segundo
ele, desde 21 de julho os líderes europeus tentam, mas não conseguem,
encontrar soluções para problemas muito graves do continente, como a
reestruturação da dívida da Grécia, a recapitalização de bancos e a
proteção de alguns países para que não sejam tomados por uma radical
crise soberana, com destaque para a Espanha e a Itália. “Estas questões
não serão resolvidas em uma semana”, afirmou.
Segundo Marcelo
Salomon, somente com a entrada do FMI no aporte de recursos para o
auxílio à Europa é que os problemas mais sérios do continente vão ser
atacados com velocidade maior. A Linha de Estabilidade Financeira
Europeia (EFSF, na sigla em inglês) dispõe de 440 bilhões de euros, mas,
na avaliação dele, esses recursos não serão suficientes para atender às
principais demandas da região: recapitalização de bancos, que pode
chegar a 200 bilhões de euros de acordo com o FMI; 200 bilhões de euros
que devem ser destinados como garantias para a compra de um trilhão de
euros em títulos soberanos da Itália e Espanha, a fim de reduzir seus
juros.
Do EFSF, quase um terço já foi gasto com o repasse de
recursos para a Grécia (108 bilhões de euros), Portugal (25 bilhões de
euros) e Irlanda (16 bilhões de euros). “Ou seja, vai faltar dinheiro.
Mas como isso será complementado, se uma eventual ampliação do EFSF
precisará passar novamente pela aprovação dos parlamentos dos 17 países
membros da zona do euro?”, questionou. “A solução mais expressa viria do
auxílio do FMI, talvez através da criação de um instrumento de
propósito específico”, disse o economista do Barclays Capital.
Além
da crise na Europa, Marcelo Salomon vê outra frente de potenciais
problemas para o mundo no curto prazo com um agravamento das
dificuldades na economia dos EUA. Em novembro, a comissão de assuntos
orçamentários vai analisar quais gastos federais poderão ser cortados em
2012. Caso ocorram cortes vigorosos sobre programas sociais
importantes, como os relacionados ao seguro desemprego, ele acredita que
o PIB do país pode cair 1,5 ponto porcentual no primeiro trimestre do
próximo ano. Hoje, o Barclays Capital estima que a economia
norte-americana deve avançar 2,5% entre janeiro e março do ano que vem,
mas eventualmente pode diminuir o ritmo e avançar somente 1% no período.
“E o Congresso vai lidar com questões importantes de estímulos fiscais
num ano que terá eleições presidenciais, tema que já domina o debate
político em Washington”, disse.