Até o começo de novembro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deve colocar em audiência pública a minuta da instrução que regulamenta o funcionamento de clubes de investimento. “Não há uma agenda fechada, mas esperamos que, em aproximadamente um mês, a primeira versão da instrução esteja pronta para o mercado avaliar e mandar suas sugestões”, disse o diretor da CVM, Otavio Yazbek, ao portal AE Investimentos. O diretor, que se mostra especialmente interessado em revisar normas sobre atividades de distribuição e varejo, diz que a próxima instrução a entrar na fila da CVM é sobre agentes autônomos, que deve ser colocada em audiência pública até o fim do ano.
“A norma que regulamenta os clubes é muito antiga, de 1984, e precisava ser revisada”, afirma Yazbek. Dar maior transparência e valorizar os mecanismos coletivos de tomada de decisão são os principais objetivos da autarquia. “Os clubes de investimentos foram idealizados como o primeiro acesso da pessoa física ao mercado acionário. Tem uma função pedagógica. Nunca tivemos um histórico de problemas com investidores, mas acreditamos ser importante valorizar as dimensões de transparência”, explica o diretor da autarquia.
Atualmente, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) lista 2.820 clubes, mas somente 124 divulgam publicamente informações, como patrimônio e rentabilidade. A CVM quer que os clubes, assim como que já fazem os fundos, divulguem regularmente informações. A proposta é considerada interessante pelo diretor do Instituto Nacional de Investidores (INI), Théo Rodrigues, pois, se os dados forem compilados, o mercado conseguirá observar uma série de informações.