Os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul nas eleições 2018 priorizaram a crise fiscal do Estado em debate realizado na manhã desta terça-feira, 21. O encontro, promovido em conjunto pela Rádio Guaíba e pelo sindicato de empresas contábeis do RS, teve duração de três horas. O Rio Grande do Sul possui dívida na casa dos R$ 76 bilhões e paga os servidores de forma parcelada há pelo menos 32 meses.
Compareceram o governador e candidato à reeleição José Ivo Sartori (MDB), Eduardo Leite (PSDB), Miguel Rossetto (PT), Jairo Jorge (PDT), Júlio Flores (PSTU), Mateus Bandeira (Novo) e Roberto Robaina (PSOL).
No primeiro bloco, todos os candidatos responderam uma mesma pergunta que questionava as medidas que seriam tomadas para evitar a \”falência total\” do Estado. Em outros dois blocos, os candidatos puderam perguntar entre si sobre diversos assuntos. Conforme os candidatos, no entanto, para realizar algumas medidas na saúde, educação e segurança, por exemplo, o Estado precisaria, num primeiro momento, solucionar ou amenizar a crise fiscal. Segundo os candidatos, o funcionalismo deve ser pago em dia para melhorar os serviços públicos, e o Estado necessita encontrar maneiras de equilibrar as contas para ofertar esses serviços.
O governador Sartori afirmou que em seu governo já se começou a \”arrumar a casa\” e destacou projetos aprovados, como a previdência complementar para o funcionalismo. \”Tomamos medidas impopulares, mas buscamos criar as condições para promover a mudança na estrutura do Rio Grande\”, disse. O emedebista também ressaltou que pretende aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, que permite ajuda federal ao Estado.
Eduardo Leite afirmou que sua proposta é \”encarar o contrário da lógica\” e propor medidas de longo prazo. \”Vamos trabalhar com a despesa e possibilitar o aumento da receita, viabilizar investimento privado na infraestrutura, melhorando a nossa competitividade\”, afirmou o tucano. Leite também prometeu rever isenções fiscais a empresas.
O candidato petista Miguel Rossetto criticou o governador Sartori e chamou o Estado de \”desorganizado\”. Rossetto prometeu \”enfrentar os privilégios\” e gerar desenvolvimento com o fim da \”guerra fiscal\”. \”Vamos acabar com a guerra fiscal quando reduzirmos as alíquotas interestaduais. Já estamos trabalhando junto ao Senado e, com isso, vamos proteger a nossa economia e nosso trabalho\”, disse.
O pedetista Jairo Jorge ressaltou seu trabalho à frente da prefeitura de Canoas (2009-2016) e afirmou que trabalhará com um \”binômio de menos impostos e menos burocracia\”. \”A crise (gaúcha) não é uma marolinha mas não é insolúvel. Precisamos de soluções inovadoras, vamos desburocratizar licenças e reduzir a carga tributária\”, afirmou. O candidato também propõe a \”lei do gatilho\”, que diminui o ICMS conforme aumenta a arrecadação.
Júlio Flores chamou de \”hipócritas\” os outros candidatos afirmando que todos foram governo ao menos uma vez e \”garantiram benefícios fiscais para grande empresas e arrocharam os servidores\”. O candidato do PSTU afirmou que como medida anticrise não irá pagar a dívida, acabará com a lei Kandir e com os benefícios fiscais.
Mateus Bandeira afirmou que defende privatizações para que o Estado se volte para \”serviços essenciais\”, como a segurança, a saúde e a educação. O candidato também afirmou que defende uma reforma na previdência. \”Existem regras benevolentes de aposentadoria para servidores públicos e isso traz uma iniquidade muito grande\”, disse.
Roberto Robaina afirmou que o combate à sonegação é \”chave\” para ele. O candidato disse que pretende cobrar sonegadores para aumentar a receita. \”Assim, o Estado vai poder servir ao povo e não aos mais ricos. Para isso, precisamos aumentar as receitas\”, afirmou.