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18 de abril de 2024Pouco mais de dois anos depois de ter iniciado os trâmites para a criação da Rede Sustentabilidade, finalmente a ex-senadora Marina Silva deve ter o partido oficializado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O processo de registro da legenda está na pauta de amanhã da corte. Pela primeira vez, o julgamento será feito com a sigla tendo 500 mil assinaturas validadas pelo tribunal. O novo pedido para criação da Rede foi protocolado em 28 de maio, com 56,1 mil novas assinaturas coletadas durante dois mutirões no início do ano.
Na sexta-feira, o relator do processo, ministro João Otávio Noronha, deu aval para que o assunto pudesse ser analisado pelo pleno do TSE. Do total de 56,1 mil assinaturas entregues, aproximadamente 55,7 mil foram validadas pelos técnicos da Seção de Gerenciamento de Dados Partidários (Sedap) do Tribunal. Elas vão se somar às 442,5 mil assinaturas já reconhecidas pela Justiça Eleitoral e que estão anexadas ao pedido de criação da legenda, encaminhado ao tribunal em 2013. Logo após o fim do recesso no Judiciário, o relator do pedido no TSE encaminhou o processo para a procuradoria dar o parecer, que foi favorável. Agora, o ministro segue essa mesma decisão e deu seu voto a favor da validação da legenda.
A criação da Rede Sustentabilidade virou uma novela na vida de Marina Silva. Ex-ministra do Meio Ambiente durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ela deixou o PT, legenda à qual foi filiada durante mais de 30 anos, e entrou no PV para disputar as eleições presidenciais de 2010. Marina começou a campanha de maneira discreta, mas uma arrancada na reta final lhe garantiu 18 milhões de votos e quase a passagem para o segundo turno. Após o bom desempenho, no entanto, ela entrou em rota de colisão com a direção do PV e decidiu abandonar a legenda para fundar o próprio partido.
Começava, em 2012, o périplo de Marina. Ela conseguiu angariar apoiadores e ideólogos, que se autointitularam de “sonháticos”, mas não teve sucesso na tarefa de recolher, em 2013, as 500 mil assinaturas necessárias para registrar o partido. Ela reclamou de perseguição política, mas o TSE não voltou atrás. Marina foi, então, convidada pelo presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a filiar-se ao PSB e concorrer, ao lado dele, na disputa presidencial de 2014.
Após a queda do jatinho que levava Campos para um compromisso oficial em Santos, em agosto de 2014, que provocou a morte do candidato socialista, Marina se tornou candidata do PSB ao Planalto. Chegou a liderar a disputa, mas ficou fora do segundo turno mais uma vez. No início deste ano, deixou o partido e retomou a coleta de assinaturas para criar a Rede.
Brasília – Executivos do mercado financeiro e profissionais liberais capitanearam a criação do 33º partido político brasileiro, oficializado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na semana passada. Com as bandeiras da redução do aparelho estatal, da aprovação do voto facultativo e da extinção do fundo partidário, o Partido Novo tenta colher filiados com o discurso de que entrará na política com o intuito de diminuir o poder dos políticos.
Os fundadores, segundo o site do partido, são administradores, engenheiros, estudantes, advogados, médicos, economistas, empresários, arquitetos e outros, de 10 estados do país. Para atingir os ideais de diminuição do Estado, o partido pretende agir de dentro dele, com uma gestão que se assemelharia à empresarial, explica Cláudio Barra, presidente do diretório do partido no Distrito Federal. “Queremos tirar da figura estatal e dos políticos as responsabilidades das pessoas. O candidato do Novo vai para lá com o intuito de diminuir o poder do político e devolver para o indivíduo. É como cortar a própria carne.”
Uma das principais sugestões do partido é a distribuição de vouchers, em que o Estado distribui uma espécie de vale a ser usado pela população para o acesso a serviços públicos. “Para uma pessoa humilde, é melhor ter um voucher para escolher a escola em que deseja matricular os seus filhos, ou colocar na que tem? Pensamos isso não só na educação.” Com diretórios em nove estados, avesso a coligações e ainda sem projetos setoriais definidos, o partido, que está em fase de filiação desde quarta, planeja lançar candidatos a vereador e prefeito nas eleições municipais de 2016.”
De acordo com Barra, o Novo recolheu cerca de 1 milhão de assinaturas desde 2011, mas uma parte acabou invalidada, pois alguns eleitores estavam com os títulos suspensos ou assinaram de maneira diferente que no documento. No fim, foram validadas 492 mil, das 486 mil exigidas. “Existe uma barreira de entrada muito grande. Foram mais de 200 mil assinaturas só no DF. Depois, passamos pelo crivo do TSE, o processo ficou um ano parado, é uma burocracia enorme. Partidos com celebridades são aprovados em um mês, o nosso teve que teimar mesmo com os requisitos preenchidos”, reclama.