Embora a crise esteja afetando os mais diversos mercados e causando a demissão de muitos profissionais, os de nível executivo parecem estar sentindo menos os impactos dessa turbulência. De acordo com uma pesquisa da consultoria Right Management houve até mesmo um crescimento de 14% na oferta de vagas para esse tipo de profissional no Brasil no mês de janeiro, em comparação com o mesmo período de 2008.
\”Sabíamos que a situação dos executivos era um pouco melhor, mas foi uma surpresa constatar esse crescimento\”, afirma a diretora de transição de carreira da Right, Matilde Berna.
Uma das explicações para esse salto é que as empresas aproveitaram o início do ano para refazer seus quadros e buscar talentos no mercado com o objetivo de se prepararem para enfrentar a crise em 2009. \”A necessidade de ter profissionais cada vez mais capacitados adiantou o movimento de contratações, que geralmente é mais diluído nos três primeiros meses do ano\”, afirma.
O setor industrial liderou o número de oportunidades, sendo responsável por 43% do total das colocações, principalmente no segmento automotivo e na construção civil. O setor de serviços vem logo em seguida com 30% das vagas, grande parte na área de tecnologia da informação. \”Há uma preocupação das organizações em otimizar seus processos e reduzir mão-de-obra, o que aumenta ainda mais as oportunidades para quem atua em TI\”, diz Matilde.
Os executivos de finanças, no entanto, foram os mais procurados neste início de ano, junto com os da área comercial, representando 25,6% e 17,7% das vagas, respectivamente. \”São esses os profissionais mais indicados para melhorar a situação, a reverter a crise. Além disso, há também empresas substituindo executivos e outras vivendo um bom momento, inclusive com novos projetos\”, explica a diretora.
Segundo Matilde, não se pode concluir, porém, que há uma tendência em um determinado segmento no que diz respeito à contratação de executivos em 2009, pois os números estão mudando rapidamente. \”A variação do mercado atualmente é muito maior e não dá para prever como serão os próximos meses\”, afirma.(