Como funciona a contabilidade da redução
O IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – convencionou o número de créditos de carbono concedidos por tonelada de cada um dos seis gases causadores do aquecimento, tomando como base o dióxido de carbono (CO2 ). Desta forma, para cada tonelada de redução de dióxido de carbono, é atribuído um ponto ao projeto.
No caso do projeto causar a redução da emissão de uma tonelada de gás metano (CH4), ele recebe o valor de 23 créditos de carbono. Cada tonelada de óxido nitroso (N2O) corresponde a 298 pontos (ou créditos), enquanto uma tonelada de hexafluoreto de enxofre (SF6) vale 23.900 pontos. A tonelada de hidrofluorcarbonetos (HFC) vale entre 140 e 11.700 créditos e à tonelada de perfluorcarbonetos (PFC) são dados entre 6.500 e 8.700 pontos.
Na prática, isto equivale a dizer que o metano (CH4) tem um potencial 23 vezes maior que o CO2 de causar dano ao ambiente, ou seja, emitir 1Kg de metano tem o mesmo efeito que emitir 23Kg de CO2. O óxido nitroso (N2O) tem um potencial de dano 298 vezes maior que o CO2, e assim por diante.
Para os gases HFC e PFC, a quantidade de créditos de carbono não tem um valor fixo, existindo uma faixa de variação, dependendo da atividade que gera o gás.
– dióxido de carbono – queima de combustíveis fósseis, incêndios florestais;
– metano – atividade agrícola, criação de gado, decomposição vegetal;
– óxido nitroso – indústrias de fertilizantes químicos, queima de madeira e de combustíveis fósseis;
– hidrofluorcarbono / perfluorcarbono – aerossóis, indústrias de plásticos, aparelhos de ar-condicionado, refrigeradores, fundição de alumínio, que também trazem impacto na camada de ozônio;
– hexafluoreto de enxofre – gás de isolamento utilizado em equipamentos eletrônicos, bolas de tênis, sapatos esportivos.