O Brasil aparece em uma matéria de capa da edição impressa desta segunda-feira, 13, do jornal The Wall Street Journal (WSJ), com o tema: o risco inflacionário trazido pelo estímulo do
crédito no País. Segundo o jornal, “o mecanismo que ajudou a nação a se
tornar um player global em carnes, petróleo e mineração está colidindo
com outra política imperativa: a de combate à inflação”.
De acordo com a matéria, o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) e o Banco Central estão indo em direções
opostas. Enquanto o BNDES segue com força nos financiamentos, o BC teve
que subir os juros na semana passada pela quarta vez este ano, para
12,25%, o nível mais alto entre as principais economias do mundo. “O
governo está tentando esquentar e esfriar o Brasil ao mesmo tempo”,
disse Marcos Mendes, economista e conselheiro do Senado, ao WSJ.
O debate sobre a abordagem do BNDES aumenta conforme o Brasil começa a
ver números de crescimento econômico menos favoráveis, diz o jornal,
com projeções do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano sendo
reduzidas para a faixa de 3,5% a 4,%.
O jornal questiona ainda quanto do financiamento do BNDES acaba sendo
utilizado para ajudar companhias brasileiras a adquirirem empresas fora
do País. “Como o Brasil se beneficia quando a JBS compra uma empresa
americana que vende comida para consumidores americanos? Isso não
impulsiona nossas exportações”, questionou o economista Mansueto Almeida
na entrevista ao WSJ.
Em contrapartida, o texto reconhece que ficará difícil o BNDES
reduzir muito seu papel, tendo pela frente a Copa do Mundo de 2014 e os
Jogos Olímpicos de 2016. “Estádios e outras facilidades terão que ser
construídos. O governo também quer modernizar energia, estradas e
ferrovias”, observa o jornal, citando ainda o projeto para o trem-bala
entre São Paulo e Rio.