Em meio à discussão para unificar os projetos de regulação financeira aprovados em separado pela Câmara e pelo Senado norte-americanos, senadores e deputados deram um passo processual nesta quinta-feira (17) no sentido de aumentar a exigência de transparência do Federal Reserve, o banco central do país, em suas ações.
Os senadores concordaram com um projeto, contido na lei passada na Câmara, em que os bancos comerciais têm seu papel reduzido na nomeação do presidente da instituição. Outra mudança é a necessidade que a autoridade monetária terá, com um atraso de dois anos, de revelar instituições que tenham tomado empréstimos através de sua janela de descontos. O Fed também terá, de acordo com o projeto, que identificar instituições que tenham participado de vendas ou compra de ativos pelo banco central, como títulos lastreados em hipotecas, por exemplo.
Essas mudanças serão acrescentadas ao projeto final assim que os delegados da Câmera aprovarem as modificações realizadas pelo Senado. Para que a legislação chegue às mãos de Barack Obama, presidente do país, o projeto inteiro deve ser aprovado por maioria nas duas Casas.
Presidente do Fed de Nova York
Outro assunto referente à reforma do sistema norte-americano discutido nesta quinta por senadores abordou a tentativa de transformar o presidente do Fed regional de Nova York em uma nomeação política. No entanto, o painel de discussão rejeitou a proposta por 10 votos a 2. O senador Jack Reed defendia a alteração, alegando que o processo de indicação para o cargo deveria ser mudado já que o presidente do Fed de Nova York está estritamente envolvido em supervisionar as grandes instituições financeiras.
Já Chris Dodd, o presidente do Comitê Bancário do Senado, disse que mudou de ideia e votou contra a proposta em parte porque o processo de confirmação atrasaria o preenchimento do cargo.
Derivativos
Já no painel de discussão da Casa dos Representantes, foi eliminada da proposta de regulação um projeto em que as casas de compensação de derivativos poderiam ser reguladas pelo Fed, o que faria com que essas instituições tivessem acesso à janela de desconto da autoridade monetária. Os deputados que votaram à favor da eliminação alegam que acesso à essa facilidade aumentaria a capacidade de tomada de risco dessas instituições. No entanto, é esperado que os senadores rejeitem a oferta para eliminar essa provisão do projeto.