A Gerdau (GGBR4) anunciou na última segunda-feira (21) a intenção de emitir novas ações ordinárias e preferenciais, tendo em vista uma captação entre R$ 3,8 bilhões e R$ 4,2 bilhões. Esse processo fará com que as ações dificilmente registrem desempenho melhor que o do mercado enquanto a operação estiver pendente, escreve Alexander Hacking, analista do Citi.
A oferta de ações não é vista como um fato necessário para a Gerdau, já que não há riscos quanto à dívida da empresa ou à tese de investimentos, aponta Hacking. A relação dívida líquida sobre o Ebitda (geração operacional de caixa) no final de 2010, por exemplo, foi de 4,2 vezes, enquanto a geração de caixa deverá ser levemente melhor neste ano, aponta. Já o capex da empresa é de uma média de R$ 2,1 bilhões por cinco anos, enquanto a geração do fluxo de caixa operacional é de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões por ano.
Participação na Usiminas
No entanto, apesar de negar qualquer negociação em andamento, a Gerdau é a principal candidata a comprar a participação da Votorantim e da Camargo Corrêa na Usiminas (USIM3, USIM5), escreve – vale lembrar que o mesmo analista já havia indicado uma possível negociação entre as empresas há cerca de duas semanas, quando as ações da Usiminas registravam forte alta e as da Gerdau, queda.
Considerando que a Gerdau tenha um interesse futuro na Usiminas, o preço por ação envolvido na negociação seria exagerado, em torno de R$ 40 a R$ 50, devido à competição com a CSN (CSNA3), o que implicaria um negócio de R$ 5 bilhões a R$ 7 bilhões. Esse preço tão alto só faria sentido se ocorresse uma fusão de ativos, como a incorporação da Açominas na Usiminas, por exemplo, revela Hacking.
Aprovação
Vale ressaltar que a captação e os detalhes da oferta – quando acontecerá e se haverá divisão de classes de ativos, por exemplo – ainda precisam ser aprovadas pelo conselho de administração da empresa.