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18 de abril de 2024São Tiago – Muitas histórias, aventuras a cada passo, comidas típicas no prato e paisagens espetaculares para guardar na memória ou compartilhar com os amigos. Minas tem, desde ontem, o Caminho de São Tiago, rota turística que começa em Ouro Preto, na Região Central do estado, e termina em São Tiago, na Região do Campo das Vertentes, considerada a “terra do biscoito”.
Nesse município com 11 mil habitantes, a expectativa é grande para a chegada, no início da tarde de domingo, do primeiro grupo de viajantes. O dia será triplamente especial, pois, além da abertura do roteiro, 25 de julho é consagrado ao santo e 2021 o chamado Ano Santo Compostelano, que ocorre quando a data do martírio do apóstolo Tiago coincide com um domingo.
Na praça central de São Tiago, há um marco e uma placa com os dizeres: “A mais completa rota turística das Minas Gerais, por onde se aventuram tropeiros e inconfidentes. Um roteiro onde transbordam história, natureza, religiosidade e toda a hospitalidade do povo mineiro. Inspirado no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, Minas tem agora o seu próprio Caminho de São Tiago”. Portanto, estão aí as boas-vindas.
A inauguração do primeiro trecho entre Ouro Branco e Conselheiro Lafaiete ocorreu na manhã de ontem, na primeira cidade, com um grupo de autoridades, ciclistas e moradores. À frente, o presidente da Federação dos Circuitos Turísticos de Minas Gerais (Fecitur), Marcus Vinícius Januário, também gestor dos circuitos dos Inconfidentes e Villas e Fazendas, informou que o lançamento em Ouro Preto, destaque do Circuito do Ouro e Patrimônio Mundial, será em data posterior.
A nova rota turística inclui 11 municípios mineiros das regiões Central e Campos das Vertentes, onde vivem cerca de 400 mil pessoas. São eles Ouro Preto, Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete, Queluzito, Casa Grande, Entre Rios de Minas, Lagoa Dourada, Resende Costa, Coronel Xavier Chaves, Ritápolis e São Tiago. “O objetivo é dinamizar a economia das cidades, especialmente as de menor porte, atrair visitantes e dar maior visibilidade aos pontos de relevância turística”, informou Marcus Januário. Ele adiantou que há mais 20 prefeituras interessadas em aderir ao Caminho de São Tiago.
Para desfrutar do roteiro de 274 quilômetros, que já tem sinalização indicativa com 360 marcos (tótens) no sentido São Tiago – portanto, a orientação é para o passeio ser nessa direção – o viajante poderá seguir a pé, de bicicleta ou a cavalo. Marcus Januário adianta que 80% dos trechos ficam na zona rural dos municípios. “As pessoas poderão dormir nas cidades e percorrer o caminho durante o dia. São Tiago, por exemplo, que há alguns anos tinha apenas um hotel, conta hoje com cinco.”
Na viagem inaugural, a turma segue em número reduzido devido à pandemia. A fim de mostrar as possibilidades no deslocamento, o primeiro grupo seguiu de Ouro Branco até Conselheiro Lafaiete de bicicleta, planejando ir, na sequência a cavalo e a pé. Diante dos olhos, há fazendas, pontes de pedra, casario dos tempos coloniais, igreja barrocas, centros de artesanato e monumentos que contam a história tricentenária de Minas Gerais. Explicando que a viagem deve ser feita com guia, Marcus Januário diz que, em Belo Horizonte, já tem agência de viagem prestando o serviço.
Impossível falar no Caminho de São Tiago sem fazer referência ao célebre Caminho de Santiago, rota de peregrinação rumo a Santiago de Compostela, na Espanha. Marcus Januário avisa que estão adiantados os entendimentos para que os dois caminhos, o mineiro e o europeu, se tornem parceiros. A ideia é que o trecho percorrido aqui se some ao espanhol, que totaliza mais de 800 quilômetros e apresenta pontos de partida em Portugal e França. A exemplo do caminho europeu, que atrai gente do mundo inteiro, o mineiro também terá um passaporte para moradores e visitantes registrarem sua participação.
Em São Tiago, a expectativa é grande para a chegada dos primeiros viajantes do roteiro. Para o secretário municipal de Administração, Bruno Henrique dos Santos, será uma ótima oportunidade para dar mais visibilidade ao município, que tem a produção de biscoitos artesanais e o leite como expoentes. “É um programa turístico importante”, avalia.
Diante da placa com as informações sobre a novidade, a dona de casa Kênia Fernanda de Almeida Xavier acredita que o roteiro tem tudo para seduzir brasileiros e estrangeiros. “Um dia, vou querer fazer o Caminho, em família. Mas, agora, é impossível”, disse com um sorriso e o olhar para o filho Pedro, de 7 meses.