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18 de abril de 2024Minas Gerais honra o título de maior produtor de cachaça de alambique do país por mais um ano. O número de estabelecimentos produtores de cachaça e de aguardente registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) teve crescimento de 4,14 % no país no último ano. Desse universo, 397 estão registrados em território mineiro, que representa mais que o triplo do segundo colocado, São Paulo.
Maior produtor de cachaça de alambique do país, Minas oferta 200 milhões de litros por ano, respondendo pela metade do volume nacional, segundo dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa). O estudo intitulado de “A Cachaça no Brasil – Dados de Registro de Cachaças e Aguardentes – Ano 2021”, revela que Salinas, no Norte de Minas, considerada a Capital Nacional da Cachaça, se manteve na dianteira no Brasil com 23 registros de estabelecimentos produtores de cachaça.
O município batizou a Cachaça Salinas. Thiago Medrado, proprietário da marca, afirma que Minas é o “celeiro de cachaças de qualidade e pioneiro na produção de cachaça de alambique, tanto em número de fábricas quanto em litragem de produção”. Para ele, a qualidade da bebida dá ao estado reconhecimento mundial. “Esse reconhecimento é a nível mundial e, sem dúvida, Minas Gerais tem grande papel na valorização da cachaça”, afirma.
É destacada a presença do estado no setor: a cidade de Alto Rio Doce, Região da Zona da Mata mineira, conta com 9 registros de produção; Córrego Fundo, no Centro-Oeste de Minas, tem oito estabelecimentos produtores de cachaça, ou seja, um produtor para cada 798 mil habitantes, o que o setor chama de densidade cachaceira. O estudo também revelou o número de marcas de produtos classificados como cachaça e aguardente de cana registradas no ministério: em 2020 esse número foi de 5.523. Em 2019, eram 4.705.
O Anuário da Cachaça 2021 refletiu ainda a fiscalização sobre o setor, que teve papel importante para o crescimento dos registros de produtores. O número de registros em 2020 foi de 1.131, enquanto em 2019 de 1.086. Segundo o estudo, o índice de informalidade continua preocupante. Atualmente, 89% dos produtores não estão cadastrados no Ministério da Agricultura. O percentual é obtido na comparação com pos números identificados pelo Censo Agropecuário do IBGE de 2016.
O cenário do setor no início da pandemia de COVID-19 não foi favorável. Apesar disso, neste ano, houve uma pequena melhora. “Em função do fechamento de bares e restaurantes com a pandemia, assistimos a queda no mercado da cachaça em 2020 de mais de 23% em volume. O crescimento de produtores registrados apontado pelo Anuário 2021, apesar de pequeno, traz um pouco de alento para o setor e uma dose de otimismo”, ressalta Carlos Lima, diretor executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC).
Thiago Medrado, proprietário da Cachaça Salinas, completa: “A pandemia ajudou a alavancar as vendas nos supermercados, mas prejudicou muito o consumo em bares e restaurantes. Minas Gerais, estado conhecido por bares, sofreu muito, e consequentemente a cachaça”, explica.
Para ele, devido à crise hídrica que o país enfrenta, é possível que a produção sofra queda. “A produção de 2021 terá uma queda devido a escassez de chuvas, mas não terá implicação direta no consumo”, diz. Atualmente, o segmento da cachaça é responsável pela manutenção, no Brasil, de mais de 600 mil empregos diretos e indiretos. O destilado é o mais consumido pelos brasileiros e um dos quatro mais consumidos em todo o mundo.
Uma geleia produzida em Belo Horizonte ganhou destaque no Prêmio Mundial de Geleias Artesanais que ocorre em Penrith, Cumbria, no norte da Inglaterra. O sabor laranja suave com especiarias, criado pela Expressar Gourmet, está entre os melhores produtos do mundo. Os juízes do concurso se impressionaram com a aparência, cor, consistência, aroma e sabor do produto. Os ingleses são grandes apreciadores dessa iguaria.
Apesar da pandemia e de vários bloqueios no Reino Unido, a premiação Marmalade Awards recebeu um número recorde de inscrições este ano. Foram mais de 3 mil potes de 30 países do mundo, incluindo Brasil, Japão, Canadá, Austrália, Kuwait e República Dominicana. A premiação para pequenos produtores, o Artisan Awards, é composta por um júri de especialistas.
Em razão das constantes restrições impostas pelo lockdown no Reino Unido, os prêmios não foram anunciados em março, como de costume. Os vencedores só puderam ser premiados durante a feira anual de plantas na Dalemain Mansion, no mês passado. A produtora da geleia artesanal feita em BH, Alynne de Oliveira, comemorou.
“Estamos muito satisfeitos por ter ganhado este prêmio em uma competição tão forte de todo o mundo. Fazemos nossa geleia há três anos e sempre pensamos que é uma das melhores que já provamos, e esse prêmio comprova isso”, diz. O sabor vencedor, de laranja com especiarias, pode ser comprado on-line e em empórios e casas de carne em vários estados, além de Minas Gerais.
Alynne de Oliveira e Bruno Bethônico são os sócios da Expressar Gourmet. Ele é formado em comunicação e ela é professora de geografia. Em 2018, uma amiga, dona de um restaurante há 40 anos em BH, contratou Bruno para fazer a identidade visual da casa. Durante as conversas, ele contou que fazia geleias para consumo próprio, com receitas herdadas de sua mãe e avó. Comentou também sobre uma receita especial de catchup italiano a base de pimentão vermelho e uma geleia de manga com curry. \”Pode fazer e me mandar\”, disse a amiga de Bruno. Os produtos se tornaram sucesso de vendas e esgotaram em poucos dias. Os clientes acabaram pedindo mais.