O número de brasileiros que buscaram crédito em 2011 aumentou 7,5% em
relação ao ano anterior, mostra o Indicador Serasa Esperian da Demanda
do Consumidor por Crédito, divulgado nesta segunda-feira, 9. O
resultado, no entanto, mostra que houve uma desaceleração em comparação
ao crescimento de 16,4% verificado em 2010, causada pelo alto nível das
taxas de juros vistas até agosto, aumento do endividamento da população,
inflação em alta, aumento da inadimplência e crise europeia. Já
dezembro de 2011 mostrou avanço de 4,6% na procura por crédito ante
novembro e recuo de 4,6% em relação a dezembro de 2010.
O destaque de 2011 ficou por conta dos consumidores de baixa renda.
Entre os brasileiros com rendimento abaixo de R$ 500, a busca por
crédito aumentou 20%. “A diminuição da informalidade no mercado de
trabalho em 2011 beneficiou, principalmente, os indivíduos de baixa
renda, que passaram a dispor de maior acesso ao mercado de crédito”,
afirma a empresa, em nota divulgada à imprensa. Na faixa dos que ganham
entre R$ 500 e R$ 1.000, a alta foi de 8,7%. Aumento expressivo foi
verificado também entre os brasileiros com rendimento entre R$ 5.000 e
R$ 10.000, de 10,5% em 2011.
O indicador mede o número de consumidores que buscaram crédito nas
empresas credenciadas pela Serasa Experian, mas não identifica a
finalidade do crédito. Todas as regiões do País apresentaram aumento na
demanda em 2011, com destaque para o Nordeste, onde o crescimento foi de
11,7%. No Sudeste, a alta foi de 7,3%.
Para 2012, a expectativa é de crescimento um pouco abaixo do
verificado em 2011 por causa do aumento do nível de inadimplência visto
no ano passado e pela incerteza do cenário externo. “O aumento da
inadimplência visto até novembro atrapalha porque, enquanto não
regularizarem sua situação, as pessoas não podem contrair novos
financiamentos”, diz o gerente de Indicadores de Mercado da empresa,
Luiz Rabi. “A velocidade desse procedimento vai ser importante para
determinar se o crédito vai crescer mais ou menos em 2012”, afirma.
De acordo com ele, a crise internacional também deve frear o
crescimento da demanda por crédito. No entanto, Rabi prevê um quadro “um
pouco melhor” da economia internacional em 2012. “Dados indicam uma
certa recuperação dos Estados Unidos e a Europa está um pouco melhor,
assim como o Japão. Além disso, a China vem tentando dar estímulos ao
crescimento”, afirma. “Do ponto de vista externo, parece que 2012 vai
ser inverso a 2011, que começou bem e terminou ruim”.