O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, defendeu a criação de um órgão de “controle externo” da Polícia Federal, em nota divulgada ontem, na qual pede uma apuração rigorosa das denúncias contra o delegado Protógenes Queiroz, que teria “bisbilhotado de forma ilegal” – além do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes – outras autoridades, como a ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, e o governador de São Paulo, José Serra. Para Britto, “a denúncia de múltiplos grampos ilegais” atribuídos a Queiroz, em reportagem da Veja, “excede as mais pessimistas estimativas de agressão e afronta ao Estado democrático de direito”.
Britto afirma que “os fatos são gravíssimos e exigem do Poder Público investigação rigorosa e responsabilização penal exemplar”. E lembra que, há muito, a OAB “clama contra o Estado de bisbilhotice que se instalou no Brasil e o declara incompatível com os princípios da Constituição em vigor”. Ainda segundo o presidente da OAB, os fatos configuram “transgressão ética, moral e política que – quando praticada contra as mais altas autoridades do País – põe em insegurança toda a cidadania”. E conclui: “Urge, pois, que se prorrogue a CPI dos Grampos, na Câmara dos Deputados, e que se investigue a fundo a denúncia publicada, cuja gravidade nos coloca diante de um escândalo intolerável e sem precedentes em sua extensão”.