O Brasil conseguiu sustentar a oitava colocação no ranking dos países com as marcas de bancos mais valiosas do mundo.
O relatório é feito pela consultoria britânica Brand Finance em parceria com a revista The Banker. Após registrar duas quedas consecutivas nos anos anteriores, o país atingiu a cifra total de US$ 34,3 bilhões, beneficiado pela valorização cambial e pelo reforço individual do Bradesco e da Caixa Econômica Federal, que foram mais bem avaliados pelos consumidores.
À frente do Brasil, permaneceram nações como Espanha, França, Japão e Canadá, todas com valor superior a US$ 35,5 bilhões. Os Estados Unidos seguiram na liderança do ranking, que inclui bancos e empresas de cartões de crédito, com 61 instituições que, juntas, tiveram suas marcas avaliadas em quase US$ 202 bilhões.
“A tendência é de que o Brasil se estabilize no ranking no próximo ano em meio à depreciação do real, uma vez que o ranking é calculado em dólar. Apesar dos ajustes promovidos pelo governo impactarem, o esforço e o investimento dos bancos na entrega de produtos e serviços também pesam na percepção do cliente”, avalia Gilson Nunes, CEO da Brand Finance para a América Latina, em entrevista ao Broadcast.
De acordo com ele, a percepção do cliente em relação à marca é um dos fatores que têm forte influência no resultado do ranking. Na edição de 2015, cerca de 16 mil consumidores, conforme Nunes, foram entrevistados para a análise global das marcas mais valiosas de bancos.
Bem avaliados
Além de manter a 8ª posição no ranking deste ano, o Brasil emplacou, novamente, dois representantes entre os 25 mais bem avaliados do mundo, lista liderada pelo norte-americano Wells Fargo.
O destaque foi o Bradesco, que saltou cinco posições, da 20ª para a 15ª colocação. É o primeiro colocado entre os bancos da América Latina, com valor de marca de US$ 12,4 bilhões, cifra 17% maior que a vista na última medição. O resultado lhe garantiu também o 10º lugar na lista dos bancos que mais valorizaram suas marcas no último ano.
Nunes explica que o avanço do Bradesco tem como pano de fundo uma melhor avaliação por parte do seu público-alvo, que reconheceu os investimentos feitos pelo banco em canais digitais e no acesso da população aos serviços bancários.
“Aumentou a percepção dos clientes do Bradesco, em sua maioria da classe média e média-baixa, em relação à marca e à entrega de serviços e produtos. Além disso, essa parte da população foi uma das que mais cresceram nos últimos anos”, analisa o CEO da Brand Finance.
Já a Caixa, que entrou para o ranking no ano passado, conseguiu valorizar sua marca em 8%, para US$ 5,1 bilhões, por causa, principalmente, da ampliação de sua base, impulsionada pelo programa de juros baixos. O banco estatal também investiu em comunicação e marketing, segundo ele. Apesar disso, o banco caiu uma colocação, da 49ª para 50ª.
Desvalorização
Na outra ponta, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Safra viram suas marcas se desvalorizarem. Essas instituições registraram queda de 9%, 6% e 18%, respectivamente.
Mesmo com um menor valor de marca, o Itaú manteve o 23º lugar, com US$ 9 bilhões. O executivo da Brand Finance explica que a instituição, desde a fusão com o Unibanco, não conseguiu passar uma melhor percepção à sua base de clientes. “O Itaú está levando mais tempo para que seus clientes tenham uma melhor percepção da marca”, diz Nunes. “Não está conseguindo que um mais um dê três”, acrescentou.
Já o BB teve, conforme ele, uma piora na percepção por parte dos clientes por conta do aumento da base de correntistas como resultado do programa de juros mais baixos. Isso lhe custou uma nova queda no ranking, desta vez, do 35º lugar para o 41º, com valor de marca de US$ 6,5 bilhões.
Além dos grandes bancos, outras quatro instituições brasileiras figuraram na lista das 500 marcas de bancos mais valiosas do mundo. São: Banrisul (293ª, US$ 385 milhões); Banco do Nordeste (314ª, US$ 333 milhões); Safra (366ª, US$ 262 milhões); e Banco Panamericano (391ª, US$ 234 milhões). O Banrisul valorizou sua marca em 25%; o Banco do Nordeste, em 16%, e o Panamericano, em 47%.