Brasil já rola mais de 60% da dívida privada

O Brasil já está rolando mais de 60% da divida externa privada, numa melhora depois de os financiamentos terem caído em outubro a cerca de 20% com a crise global. A queda das exportações brasileiras se deve à baixa na demanda, e não a falta de crédito, segundo fontes.

O Banco Central está financiando a totalidade do que falta de linhas de crédito. Já emprestou US$ 13 bilhões desde novembro do ano passado. Segundo fonte, no momento em que o Banco Central anunciou que estava preparado para financiar toda a diferença, os bancos se interessaram para financiar.

Assim, o nível de rolagem do Brasil seria muito maior do que os outros países. O total de vencimentos externos é de US$ 36 bilhões este ano, mas a expectativa do BC é de que a demanda de sua participação será muito menor.

A constatação, ontem, de representantes de bancos centrais foi de que o protecionismo financeiro, com os bancos sendo forçados a emprestar mais domesticamente, acabou ampliando a queda do comércio internacional mais do que se previa. A economia mundial está sendo espremida, e o fluxo de comércio externo está secando mais rápido do que a produção está caindo.

Para analistas, está claro que o protecionismo e o isolacionismo financeiro já emergiram como as próximas grandes ameaças a recuperação global. Os dados são mais alarmantes a cada trimestre que passa. A expectativa é de que a recessão em países como Espanha se intensificará e 2009 .

Também há algo de psicológico na crise, devido à extrema incerteza que está reinando em quase todas as frentes no mercado.

Isso tudo quando a Agência Internacional de Energia diz que a queda do preço do petróleo dará US$ 1 trilhão de estímulo a países importadores este ano. A Opep, o cartel dos produtores, reúne-se no dia 15 para decidir se corta a produção.

Ainda assim, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, não exclui mais um cenário de deflação – queda generalizada nos preços. Outros falam de depressão, definida como um declínio em PIB per capita ou do consumo – de 10% ou mais – , começa a inquietar nesse cenário. (