O Brasil deve assumir um papel importante na Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP-10), a ser realizada em outubro em Nagoya, no Japão, na avaliação do assessor especial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Pavan Sukhdev. “O Brasil é o centro do capital natural. Por isso, deve assumir uma postura afirmativa sobre o valor da conservação ambiental”, afirmou o economista à Agência Estado, após evento hoje em São Paulo.
Sukhdev disse esperar que o Brasil tome como referência para essa ação dados do estudo A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade (Teeb, na sigla em inglês), que foi encomendado pelo grupo dos países desenvolvidos e emergentes (G8+5). Na semana passada, o estudo foi apresentado por ele em Curitiba e apontou que a destruição ambiental provoca perdas anuais de US$ 2 trilhões a US$ 4,5 trilhões por ano à economia mundial. O governo brasileiro deve apresentar, na COP-10, a própria conta para a preservação ambiental e pleitear recursos para o seu cumprimento.
Questionado sobre a possibilidade de o Brasil obter financiamentos para projetos de conservação, o assessor do Pnuma afirmou que, em tese, isso é possível. Ele lembrou que o Brasil já recebeu recentemente US$ 1 bilhão da Noruega para o combate ao desmatamento da Amazônia, já que os efeitos do efeito estufa são globais. Já no caso da proteção de recursos hídricos e da biodiversidade, Sukhdev disse que o maior interesse é local e de países vizinhos, então é daí que provavelmente vão partir os recursos.