Embora sem ter ainda confirmação, a BM&FBovespa está confiante de que o governo vai retirar a cobrança de IOF na entrada de capital estrangeiro para ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) e ofertas subsequentes, como solicitado pela instituição. “Ainda não temos nenhuma informação, mas temos esperança”, disse o presidente da bolsa, Edemir Pinto.
Para ele, o governo mostrará sensibilidade ao fato de que o mercado de ações hoje é importante fonte de financiamento para pequenas e médias empresas. Segundo Edemir, o governo não pediu nenhuma contrapartida da bolsa para então flexibilizar a regra do IOF. “Não recebi nenhuma proposta, mas a bolsa é autorreguladora, está ao lado do governo.” Segundo ele, o governo também não falou em prazos para uma decisão.
Edemir fez questão de ressaltar que a cobrança de IOF no mercado de ações já tem um “efeito danoso” sobre a liquidez do mercado secundário e tem encaminhado negócios para as ações de empresas brasileiras negociadas em Nova York. “Se contar desde o primeiro dia da taxação, há algumas ADRs (recibos de ações) que já negociaram três vezes o volume de antes.”
Em sua visão, o IPO da Cetip, que teve o preço fechado no dia 26 de outubro, sofreu algum impacto com a decisão do governo de aplicar o imposto na entrada do capital no país. “Alguns investidores reabriram o book para rever sua posição alocada, em face da taxação”, afirmou Edemir. O papel saiu cotado a R$ 13, piso do intervalo que ia até R$ 17. No dia da estreia, houve baixa de 9,5%.
A permanência do tributo em IPOs, segundo ele, prolongar a retomada das aberturas de capital esperada para 2010, ou até mesmo reduzir o número de possíveis operações.