A direção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ainda avalia como será a participação do banco no processo de capitalização da Petrobrás. Dono de uma fatia relevante no capital social da petroleira (7,7%) por meio de sua empresa de participações, BNDESPar, o banco terá de fazer um aporte de peso no aumento de capital para manter a mesma participação societária depois do processo de capitalização.
Segundo fonte do banco, o Tesouro já informou que não fará aporte extra no BNDES para garantir sua entrada no processo.
A partir do ano passado, para financiar programas de contenção dos efeitos da crise, o banco obteve do Tesouro R$ 180 bilhões, que já entraram no caixa. Mensalmente, o BNDES paga o serviço dessa dívida que começará a ser quitada em 2014 (a primeira parcela, de R$ 100 bilhões) e 2030 (os R$ 80 bilhões restantes). Para a capitalização da Petrobrás, o banco terá de decidir sua estratégia contando com o próprio caixa e, como tem um orçamento a cumprir, poderá reduzir um pouco a compra de ações, caso sua equipe técnica chegue à conclusão que o orçamento pode ser prejudicado. Para este ano, a estimativa é de que os desembolsos de financiamentos fiquem em torno de R$ 130 bilhões. A manutenção da participação do BNDES na Petrobrás não é, hoje, uma questão prioritária. Os técnicos do banco estão aguardando a definição dos valores da operação de capitalização para avaliar os custos do acompanhamento da oferta e fazer um paralelo com o ritmo de desembolsos do BNDES, que vem se mantendo forte. Para o segundo semestre, a previsão é de nova aceleração nos financiamentos, com grandes projetos que começam a ingressar na fase de investimentos, como Belo Monte e a usina nuclear de Angra 3.