Até o último dia 29 de janeiro, o Banco Central injetou US$ 61 bilhões para dar liquidez ao mercado em moeda estrangeira. Nesse volume, US$ 14,2 bilhões foram vendas à vista de dólares das reservas internacionais do país. A informação é do presidente do BC, Henrique Meirelles. Ele acrescentou que as liberações de recursos dos depósitos compulsórios dos bancos atingiram R$ 99,2 bilhões entre o início da fase aguda da crise mundial, em medos de setembro, e o fim de janeiro.
As intervenções do BC para irrigar o mercado de câmbio no país estavam assim distribuídas até 29 de janeiro: US$ 33,3 bilhões em derivativos (contratos de swap); US$ 7,4 bilhões em leilões com recompra; US$ 6 bilhões em linhas direcionadas a exportadores; e US$ 14,2 bilhões em leilões no mercado à vista.
Em seminário de arquitetos e engenheiros, Meirelles destacou que o ritmo na oferta de crédito interno está melhor do que no início da crise. A liberação nos bancos públicos cresceu 12,9% entre setembro e dezembro; nos bancos estrangeiros subiu 4,5%, e na rede privada nacional, 2,5%, sendo que nos bancos de pequeno porte a alta foi de apenas 0,6% no intervalo.
Ao reiterar que a crise mundial \”é séria e grave\”, e que o Brasil é considerado melhor preparado que outras economias para enfrentar as turbulências, Meirelles mencionou o acordo de troca (swap) de moedas com o banco central americano (Fed), no valor de US$ 30 bilhões, que foi renovado até outubro. \”Esses recursos ainda não estão nas reservas brasileiras porque ainda não foi necessário efetivar a troca\”, afirmou.
Segundo Meirelles, as concessões de crédito livre no mercado interno se mantiveram em janeiro praticamente no mesmo patamar verificado em dezembro. Em outubro, mês seguinte ao estouro da crise, a liberação de novos financiamentos para pessoas físicas e empresas caiu 7,3%. Dois meses depois, em dezembro, as concessões já estavam 1% acima do verificado antes da crise.
No mês de janeiro, segundo Meirelles, o valor de novos empréstimos está 1,1% acima do número de setembro. \”As concessões de crédito livre passaram a apresentar recuperação. Já voltamos a nos aproximar dos níveis pré-crise e já estamos um pouquinho acima dos níveis de setembro\”, afirmou.