Disputa entre instituições financeiras nas linhas de empréstimo vira uma guerra de centésimos
Quase como troco à concorrência privada, bancos públicos voltam a agir na disputa instalada no mercado de crédito.
Na esteira do corte do juro básico da economia decidido pelo Banco Central, na quinta-feira o Banco do Brasil reduziu as taxas pela segunda vez em duas semanas.
Saiba o que levar em conta ao negociar juro menor
A Caixa Econômica Federal deve fazer o mesmo hoje. Mas a redução é bem mais modesta que a anterior e já é tratada como a “guerra dos centésimos”, pois os ajustes fazem com que o juro volte a ficar menor que nos privados na segunda casa após a vírgula.
Com o objetivo declarado de oferecer taxas mais baixas que a concorrência, o BB anunciou ajustes no juro para o consumo duas semanas após a primeira redução.
A medida beneficiou especialmente o juro mínimo _ pago pelos melhores clientes. Crédito pessoal, cheque especial, cartão de crédito e financiamento de veículos são algumas das linhas que ficarão mais baratas a partir de segunda-feira.
Um exemplo da guerra do centésimo está no financiamento de veículos. Desde o dia 12, o juro mínimo cobrado pelo BB era de 0,99% ao mês. Quando anunciada, a taxa era a menor do mercado.
Mas Caixa, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC anunciaram redução semelhante nos dias seguintes. Assim, o mais barato passou a ser o Bradesco, com 0,97%. Para voltar a ficar bem no ranking, o BB cortou a taxa mínima em 0,04 ponto, para 0,95%.
Essa disputa terá novo capítulo hoje, quando a Caixa deve anunciar novo corte das taxas. As taxas estavam sendo fechadas ontem à noite, e a intenção é ter os juros mais baixos do mercado.
Outro front poderá ser aberto em breve. O BB diz que está analisando uma possível redução na taxa de administração dos fundos de investimento por causa da concorrência com a caderneta de poupança.