Apesar das medidas tomadas pelo governo federal para frear o crescimento da demanda interna, como o aumento dos juros e a elevação do superávit fiscal, os dados da arrecadação de tributos pela Receita Federal mostram que a economia mantém o ritmo aquecido.
Em julho, a arrecadação não só bateu novo recorde, puxado pelo lucro das empresas, como também registrou o segundo maior crescimento do ano. No mês, entraram para os cofres públicos R$ 61,96 bilhões, o que representou um crescimento real (com correção pelo IPCA) de 15,59% em comparação a julho de 2007. A performance de julho só perde para a arrecadação de janeiro, que, por motivos atípicos, cresceu 20,02% em relação a janeiro de 2007. Principal \”termômetro\” do nível de atividade econômica, a arrecadação do governo federal acumula no ano um crescimento real de 11,21%, com R$ 389,63 bilhões pagos pelas empresas e pessoas físicas.
A taxa de crescimento ficou acima da verificada em dezembro de 2007, quando as receitas do governo tiveram uma expansão de 11%. A arrecadação em 2008 cresce não só sobre uma base maior, mas vem ocorrendo mesmo com o fim da CPMF e a adoção de uma série de medidas de desonerações tributárias adotadas para estimular o investimento. De janeiro a julho, o governo já conseguiu aumentar suas receitas em R$ 56,8 bilhões – mais do que deixou de arrecadar com o fim da CPMF.
O resultado de julho mostrou também que o ritmo de crescimento voltou a acelerar: depois de atingir 11,44% em abril, o crescimento da arrecadação havia diminuído para 5,16%, em maio, e 7,11%, em junho. \”O que estamos vendo é a pujança da economia\”, avaliou o secretário-adjunto da Receita, Carlos Alberto Barreto.