A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou nesta quinta-feira medidas de estímulo à atividade econômica para atenuar a crise que se abate sobre o país. Em um ato na Casa Rosada, Cristina apresentou um plano para financiar a renovação das frotas de ônibus urbanos, outro para promover o emprego, especialmente entre os jovens, e medidas para estimular o setor imobiliário.
Ao justificar a necessidade de adotar estas medidas, Cristina usou o mesmo expediente da presidente Dilma Rousseff: culpou a crise internacional, afirmando que “apenas agora” as consequências da crise de 2008 chegam aos países emergentes. Segundo Cristina, há “uma reversão dos fluxos de capitais, que retornaram às economias desenvolvidas”. De fato, os recursos estão saindo de tais países — mas a razão é a desaceleração das economias latino-americanas que seguiram uma política econômica heterodoxa, permitindo alta da inflação, inchaço da máquina pública e crédito farto.
Cristina pediu ainda que a população “consuma” e disse que o Estado deve continuar a sustentar a atividade econômica via gastos públicos. De acordo os últimos dados oficiais, a atividade econômica na Argentina desceu 0,2% em maio comparado com o mesmo mês de 2013. O PIB argentino diminuiu no primeiro trimestre deste ano 0,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Para 2014, o orçamento oficial argentino prevê uma expansão do PIB de 6,2%, mas analistas esperam uma queda que pode chegar a 3,5%.