Após cinco pregões em alta, Ibovespa pode ter dia de correção

Diante do otimismo do mercado após o Copom (Comitê de Política Monetária) contrariar o consenso e reduzir a taxa básica de juros em 50 pontos base, para 12% ao ano, o Ibovespa  fechou em alta de 2,87%, aos 58.118 pontos na sessão da última quinta-feira (1), registrando o cinco pregão de ganhos consecutivos.

Na ocasião, quando o índice operou descolado do mercado externo, o Dow Jones fechou em queda de 1,03%, refletindo uma agenda mista de indicadores econômicos no front doméstico e os dados sobre a indústria na Zona do Euro, que vieram abaixo das expectativas.  Além disso, a Casa Branca anunciou o corte da projeção de crescimento para a economia norte-americana neste ano de 2,7% para 1,7%, conforme informou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em discurso.

Tendo em vista as fortes altas registradas nas sessões anteriores e o cenário externo ainda trazendo cautela, o analista da Tov Corretora, Pedro Marques da Costa, alerta para um movimento de correção que já poderá ser observado nesta sexta-feira (2).

“O indice já elevou para um ponto que agora é preciso tomar cuidado. O investidor não pode entrar na euforia dessas altas, pois a tendência é uma correção já nesta sexta-feira, principalmente com uma queda lá fora relativamente forte”, afirma o analista.

Payroll, nos EUA, e PIB interno serão destaques entre os indicadores
Ao contrário da sessão da véspera, quando os indicadores norte-americanos, apesar de relevantes, foram ofuscados pela notícia do corte da taxa de juros por aqui, nesta sessão a agenda econômica deverá trazer influências para os resultados dos índices. Um dos principais destaques será a divulgação do resultado do Payroll – relatório de emprego divulgados nos Estados Unidos.

Além disso, para esta sessão, será divulgado o PIB (Produto Interno Bruto) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que, de acordo com previsão do mercado, deve apresentar redução em relação ao resultado anterior. “Esta previsão de redução do PIB poderá contribuir para esse dia de correção”, afirma o analista.

Ademais, os investidores acompanharão dados nos Estados Unidos sobre a taxa de desemprego, além da sondagem industrial, na China, e preço ao produtor, que será divulgado na Zona do Euro.