Além das mudanças no serviço de ombudsman, a BM&FBovespa está criando duas outras diretorias. Uma delas será uma diretoria de pesquisa, que terá a função de estudar os mercados e, além de desenvolver aplicações novas, buscará formas de desenvolver segmentos que não deslancham. Essa diretoria ficará a cargo do ex-secretário extraordinário de Reformas Econômico-fiscais do Ministério da Fazenda Bernard Appy.
Outra estrutura criada será uma diretoria de sustentabilidade, que concentrará todas as atividade relacionadas com governança corporativa, ambiente e projetos sociais que hoje estão espalhados por várias diretorias. Ela ficará sob responsabilidade de Sônia Favaretto, que cuidava da área no Itaú Unibanco, na Febraban e que atuou também no Bank of America e no BankBoston.
Para Edemir Pinto, presidente-executivo da BM&FBovespa, o departamento de pesquisa, além da criação de produtos de investimento, vai ajudar a trabalhar melhor os mercados que atualmente têm pouca liquidez. “Hoje, a atenção fica nos lançamentos e esses produtos que já existem e não atraem os investidores acabam em segundo plano”, afirma o executivo.
O papel de Appy, um acadêmico que conta com larga experiência, será fazer a interface entre todos os demais diretores da bolsa para ajudar a desenvolver esses mercados esquecidos. Um dos primeiros temas a ser tratados deverá ser o de derivativos do agronegócio, que até hoje representam uma parcela diminuta das operações de futuros da BM&FBovespa. “Uma país que produz e exporta esse volume de produtos agrícolas não pode ter esse volume de contratos futuros”, afirma Edemir.
Para ele, Appy deverá tentar ajudar a retirar os fatores que impedem esse desenvolvimento dos mercados de futuros agrícolas, como questões fiscais e regulatórias. “Vamos identificar os pontos com mercado e o governo e melhorar o arcabouço regulatório”, diz Edemir.
Já no caso da diretoria de sustentabilidade, o objetivo é dar mais foco e visibilidade para as ações realizadas pela bolsa. “Temos muitas iniciativas, desde a bolsa de valores sociais, os projetos na favela de Paraisópolis, na Mangueira, a associação profissionalizante, e outros programas ligados ao ambiente e governança, que poderão ter mais atenção nessa nova diretoria”, afirma Edemir. A ideia é transformar a bolsa cada vez mais em uma empresa sustentável.