Dos atuais 81 senadores, 19 ocupam os cargos mesmo sem terem sido eleitos pelo povo. São os chamados suplentes, que já ocupam mais de 23% do Senado Federal. Com os mesmos direitos dos titulares, eles têm acesso a gabinete, carro oficial, verba de representação e ainda podem ocupar cargos-chave no Congresso. Os Estados Amazonas e Pará e o Distrito Federal chegam a ter mais representantes suplentes do que senadores eleitos para o cargo. Ser suplente não significa desprestígio na Casa. Um deles, o senador Neuto de Conto (PMDB-SC), chegou a se lançar pré-candidato à presidência do Senado, enquanto Gim Argello (PTB-DF) e João Pedro (PT-AM) ocupam vice-lideranças do governo na Casa. No DF, por exemplo, o único representante eleito é Cristovam Buarque (PDT). Os outros senadores são o empresário Adelmir Santana (DEM), vice-presidente da CNC (Confederação Nacional do Comércio), que chegou ao Senado depois que Paulo Octavio (PFL)foi eleito vice-governador, e Gim Argello (PTB), que assumiu o cargo após a renúncia de Joaquim Roriz PMDB), que sofria risco de cassação por quebra de decoro. No Pará, as eleições de 2006 abriram espaço para duas vagas serem preenchidas por suplentes: Flexa Ribeiro (PSDB) assumiu no lugar do então prefeito eleito de Belém, Duciomar Costa (PTB), enquanto José Nery (Psol), representante único do partido na Casa, chegou ao Senado com a vitória de Ana Júlia Carepa (PT) para o governo do Estado. No Amazonas, Jefferson Praia (PDT) e João Pedro (PT), ambos suplentes, completam a bancada do Estado com o titular Arthur Virgílio (PSDB). Praia assumiu o cargo em junho após a súbita morte de Jefferson Peres, também do PDT. João Pedro chegou ao Senado após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter convidado Alfredo Nascimento (PL) para assumir o Ministério dos Transportes. Nascimento já havia ocupado a pasta no primeiro mandato de Lula e deixado o posto em 2006 para concorrer a uma vaga no Senado.