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23 de março de 2020Em relatório conclusivo, a Polícia Federal afirmou que o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu R$ 65 milhões em propina das construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez, entre 2008 e 2011, \”sendo parte relevante desta quantia fora do período eleitoral\”. No documento, entregue ao relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, o delegado Bernardo Guidali menciona crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro.
A partir desse relatório sobre as investigações, cabe à Procuradoria-Geral da República decidir se denuncia Aécio ou se envia os autos à primeira instância, pois os fatos são anteriores ao atual mandato do deputado. Também foi atribuído crime de lavagem de dinheiro ao ex-diretor de Furnas Dimas Toledo e ao empresário Alexandre Accioly, apontados como supostos intermediários da propina.
De acordo com a PF, os pagamentos foram uma \”contrapartida pela influência sobre o andamento dos negócios da área de energia desenvolvidos em parceria pelas construtoras, notadamente sobre a Cemig, companhia controlada pelo governo de Minas Gerais, e Furnas, subsidiária da Eletrobrás\”. Entre esses negócios estão \”os projetos do Rio Madeira, como as Usinas Hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia\”. Aécio foi governador de Minas de janeiro de 2003 a março de 2010.
A PF afirma que, da Odebrecht, Aécio recebeu R$ 30 milhões, sendo R$ 28,2 milhões em espécie. Outra parte teria sido paga por meio de contas de empresas offshores no exterior. Já a Andrade Gutierrez, conforme o relatório, repassou ao tucano R$ 35 milhões, por meio de investimentos em holding que tem Accioly como sócio-proprietário.
Defensor de Aécio Neves, o criminalista Alberto Zacharias Toron afirmou que as conclusões do relatório da PF são \”absurdas\”. Segundo ele, a obra investigada \”era de responsabilidade do governo federal, ao qual o então governador fazia oposição, e foi realizada em Rondônia, sem qualquer relação com o governo de Minas\”. \”As fantasiosas conclusões são baseadas em delações espúrias\”, disse Toron.
A defesa de Alexandre Accioly disse que \”provará cabalmente ao Ministério Público e ao Poder Judiciário que Accioly nunca incorreu em qualquer prática ilícita.\” A defesa de Dimas Toledo não foi localizada. Odebrecht e Andrade Gutierrez, cujos executivos fizeram delação, disseram colaborar com a investigação.
