A quarta reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) começa hoje (28) à tarde. Amanhã (29), após a segunda parte da reunião, será anunciada a decisão do Copom para a taxa básica de juros, a Selic.
Atualmente, a Selic está em 7,50% ao ano e a expectativa de instituições financeiras consultadas pelo BC é que a taxa suba para 7,75% ao ano. Se essa projeção se confirmar, será o mesmo patamar de aumento feito pelo Copom em abril (0,25 ponto percentual). Nas reuniões anteriores deste ano, em janeiro e março, o Copom optou por manter a Selic em 7,25% ao ano.
O BC voltou a elevar a taxa básica este ano devido ao aumento da inflação. Quando os preços estão em alta, o Copom aumenta a Selic para conter a demanda por bens e serviços e estimular a poupança. Com isso, a tendência é que a inflação ceda. Mesmo assim, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar acima do centro da meta (4,5%), mas dentro do limite superior (6,5%).
De acordo com as expectativas do mercado financeiro, o IPCA deve fechar este ano em 5,81%. Em 12 meses encerrados em abril, o IPCA chegou a 6,49%.
No último dia 21, o presidente do BC, Alexandre Tombini, ressaltou que a inflação, depois de atingir picos no primeiro trimestre, começou a desacelerar e tende a continuar a cair nos próximos meses. Tombini assegurou que os preços estão sob controle e que não há risco de o índice oficial fechar o ano acima do teto da meta.
O presidente do BC também disse que o novo ciclo de aumento na taxa Selic não vai interferir no crescimento da economia em 2013. Segundo ele, a atuação do Banco Central é compatível com a recuperação gradual da economia.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia hoje (1º) à tarde mais uma reunião para definir a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,75% ao ano. Amanhã (2), o comitê anuncia o resultado da reunião.
No primeiro dia das reuniões do Copom, os chefes de departamento apresentam uma análise da conjuntura doméstica, com dados sobre a inflação, o nível de atividade econômica, as finanças públicas, a economia internacional, o mercado de câmbio, as reservas internacionais e o mercado monetário, entre outros.
No segundo dia da reunião, só há participação, sem direito a voto, do chefe do Departamento de Estudos e Pesquisas, dos diretores e do presidente do BC. Após análise da perspectiva para a inflação e das alternativas para definir a Selic, os diretores e o presidente definem a taxa. Assim que a Selic é definida, o resultado é divulgado à imprensa. Na quinta-feira da semana seguinte, o BC divulga a ata da reunião, com as explicações sobre a decisão.
Na opinião de instituições financeiras consultadas pelo BC, a Selic deve subir 0,25 ponto percentual nesta reunião. No dia 26 de fevereiro, o Copom elevou a Selic pela oitava vez seguida. Nesse dia, a Selic subiu 0,25 ponto percentual, reduzindo o ritmo de ajuste que antes era 0,50 ponto percentual.
Além dessa elevação em abril, as instituições financeiras esperam por mais uma alta de 0,25 ponto percentual na Selic este ano. Assim, a taxa deve encerrar o período em 11,25% ao ano.
A expectativa de mais elevações na Selic ocorre devido à resistência da inflação. A taxa é um instrumento usado pelo BC para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação. Quando o Comitê de Política Monetária aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo. No entanto, a medida alivia o controle sobre a inflação.
O BC tem de encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Essa meta tem como centro 4,5% e margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Neste ano, o BC projeta inflação bem acima do centro da meta e pouco abaixo do limite superior (6,5%). A projeção, divulgada na última quinta-feira (27) no Relatório Trimestral de Inflação, é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 6,1%.