Em meio ao enfraquecimento do mercado doméstico, com um risco de frustração com o desempenho econômico ainda existente, a expectativa da maior parte dos economistas é por uma manutenção na taxa Selic na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que será encerrada nesta quarta-feira (6), para 7,25% ao ano. Entretanto, o Banco Central já deve sinalizar ajustes para cima para as próximas reuniões, mas há divergências sobre quando começarão as mudanças.
De acordo com a LCA Consultores, ainda parece preponderar um cenário que a taxa Selic será mantida até o começo do ano que vem. Neste horizonte de tempo, avalia, a retomada da economia doméstica já terá se consolidado, de modo a eliminar a ociosidade dos recursos.
Contudo, avalia a consultoria, há um aumento de probabilidade de que o ajuste do Selic seja preventivamente antecipado para 2013. Neste contexto, está a evolução mais desconfortável da inflação, o que levou o governo a considerar ajustes para cima na Selic no período.
“Avaliamos que a Selic será mantida em 7,25% na reunião do Copom desta semana, mas eventuais alterações no comunicado de política monetária – que reflitam o desconforto do Banco Central com a inflação – poderão acarretar alteração em nossa curva projetada para a Selic”, afirma a LCA Consultores.
O economista da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite, compartilha da opinião de que os juros não serão elevados até o final do ano. “O baixo crescimento do PIB ajuda a manter a taxa”, afirma. Leite ressalta ainda que o governo está aceitando uma inflação mais alta, mas desde que ela não supere a meta, que é de 6,5% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Selic pode subir já em 2013
Com relação ao conteúdo do comunicado, a Rosenberg & Associados acredita que o Copom deva retirar o “suficientemente prolongado”- quando faz referência à estabilidade das condições monetárias -, já na reunião que ocorrerá nesta semana. Desta forma, os economistas da Rosenberg acreditam que deixará as portas abertas para uma alta da Selic, a começar em abril.
A projeção da consultoria é de uma alta para a Selic de 0,25 ponto percentual em abril e mais duas altas de 0,50 ponto percentual em maio e em junho, levando a taxa para 8,5% ao ano, com elevação de 1,25 ponto percentual. A expectativa da SulAmérica Investimentos também é de que a referência frente à estabilidade das condições monetárias seja suprimida.
Vale lembrar que as indicações são de que o governo estaria dando “carta branca” para que o Banco Central aumentasse os juros, como o publicado pelo Correio Braziliense. Já de acordo com um interlocutor do governo, as preocupações em torno da inflação seria o pior cenário para a reeleição de Dilma Rousseff, o que poderia levar a uma alta da taxa básica de juros.