De olho na situação política da Venezuela, o governo brasileiro monitora o estado de saúde do presidente Hugo Chávez e os movimentos da oposição, concluindo até agora que não há riscos de ruptura institucional.
Comunicados em redes sociais, notícias e comentários de integrantes do governo e da oposição da Venezuela têm sido acompanhados por funcionários do Itamaraty, escalados para medir a temperatura política.
O melhor exemplo da “serenidade” da oposição, segundo avalia o governo brasileiro, é a tentativa de negociação com governistas para adiar o dia da posse.
Apesar de considerarem que os oposicionistas venezuelanos têm conduzido o processo de possível sucessão de forma bastante serena, o principal receio de integrantes do governo é que os anti-Chávez façam algum movimento mais agressivo.
Novo integrante do Mercosul, a Venezuela é vista pelos brasileiros não apenas como um grande produtor energético como também um importante representante caribenho no bloco econômico.
A avaliação é de que um eventual abalo na ordem democrática da Venezuela pode prejudicar o processo de aprofundamento das relações econômicas do país caribenho com o Brasil.
Oficialmente, o Palácio do Planalto e o Itamaraty acordaram dizer que a presidente Dilma Rousseff torce para o pronto restabelecimento de Chávez, o que já é considerado, extraoficialmente, fora de questão.
PREOCUPAÇÃO
Antes do Natal, numa breve conversa com Nicolás Maduro, vice-presidente da Venezuela e escolhido pelo próprio Chávez para comandar o país na ausência do titular, Dilma o parabenizou pelo resultado das eleições e perguntou sobre a saúde do presidente, reeleito pela terceira vez. Na ocasião, a líder brasileira desejou melhoras ao presidente.
O Palácio do Planalto ficou satisfeito com o resultado dos aliados de Chávez, que conquistaram 20 dos 23 governos estaduais nas eleições de dezembro passado, consolidando a força do chavismo.
A oposição venezuelana, contudo, também se mostrou mais organizada e coesa, o que chamou atenção do governo brasileiro.